Governo acusa Passos de fazer "acusações graves"

Pedro Nuno Santos pede a Passos Coelho que concretize as "insinuações" e "acusações graves" que o líder do PSD fez ao ministro da Educação. Governo recusa que Tiago Brandão Rodrigues esteja fragilizado.

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Pedro Nuno exorta Passos a explicar o que quis dizer sobre o ministro da Educação Rui Gaudêncio

Ao fim de dias de fogo da oposição sobre o ministro da Educação, o Governo saiu em defesa de Tiago Brandão Rodrigues. Este domingo, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares marcou uma conferência de imprensa de propósito para responder aos críticos. A um em especial. Pedro Nuno Santos considera que as "insinuações" de Passos Coelho são "graves" e "inaceitáveis" e pede ao líder do PSD que concretize as afirmações.

"Ontem à noite, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, fez acusações graves sobre um membro do Governo. Uma coisa é um líder da oposição, de forma inteiramente legítima, fazer críticas e estar em desacordo com a política de um Governo. Outra coisa diferente é aquilo que Passos Coelho fez, lançando acusações graves, insinuações graves sobre a idoneidade de um membro do Governo", disse Pedro Nuno Santos referindo-se ao facto de o líder do PSD ter dito que a decisão do Governo não era transparente e que o ministro da Educação parece não representar os interessesdo Estado: "Parece que representa outros interesses que não são os da comunidade em geral”, disse Passos Coelho.

São estas "acusações" que o Governo quer ver concretizadas. "Esperamos que concretize as insinuações que fez. Não é aceitável, precisamos de um debate sereno e sério. Aquilo que estamos à espera é de uma concretização e fundamentação rápida", respondeu.

Mas para Pedro Nuno Santos, o ministro não está, no entanto em causa. "O ministro da Educação está a fazer bem o seu trabalho e a fazer reformas importantes na educação. Importa fazermos um debate sério e não lançar insinuações graves", respondeu, quando questionado se o ministro não está fragilizado, uma vez que ainda esta semana vai de novo ao Parlamento, desta vez para responder aos deputados sobre a demissão do secretário de Estado do Desporto, João Wengorovius, que saiu em "desacordo" com  Tiago Brandão Rodrigues. 

O ministro da Educação tem estado debaixo de crítica nos último dias por causa da decisão de não financiar novas turmas em colégios privados quando existe oferta pública na mesma localidade. Uma decisão com a qual nem PSD nem CDS concordam. O Governo garante que vai cumprir os contratos associação já estabelecidos - financiando até ao fim de cada ciclo as turmas já acordadas -, mas não voltará a financiar sempre que haja escolas públicas para onde encaminhar os alunos. 

Para o secretário de Estado Pedro Nuno Santos, a posição do PSD e do CDS sobre o assunto "é legítima", mas com a qual não concorda. "O que o Governo está a fazer é garantir o cumprimento da lei. Como todos sabem, os contratos de associação existem para suprir carências da oferta pública. Qualquer cidadão compreende que, havendo oferta pública, não faz sentido continuarmos a financiar a abertura de novas turnas em colégios particulares", disse.

 

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