Ex-dirigente desafia candidato à distrital do PSD-Porto a não se envolver em negócios

Paulo Vieira da Silva, que, em 2015, denunciou a existência de uma alegada rede de influência na distrital portuense que envolveria Marco António Costa, defende dez medidas em nome da “transparência e da moralização da vida politica e pública”

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PÚBLICO/Arquivo

O ex-dirigente da distrital do PSD-Porto, Paulo Vieira da Silva, desafia Bragança Fernandes, candidato à liderança da maior federação do partido, a “não ter negócios com quaisquer entidades públicas, nem ser dirigente nacional, para assim poder ter uma maior disponibilidade e liberdade para poder trabalhar e defender os superiores interesses do distrito e do PSD”. E defende a realização de eleições directas em todas as concelhias para a escolha dos candidatos a deputados e presidentes de câmara.

Em nome da “transparência política”, Paulo Vieira da Silva, que em Abril do ano passado denunciou à Polícia Judiciária a existência de uma alegada rede de influências na distrital do Porto, que envolveria o então porta-voz e vice-presidente do PSD, Marco António Costa, propõe que Bragança Fernandes inclua no seu programa eleitoral dez propostas para “um novo PSD-Porto”, começando pela “total separação entre a política e os negócios”.

“Entendo que os órgãos distritais, com a excepção do presidente da comissão política distrital, não deverão incluir presidentes de câmara, deputados, presidentes das concelhias, dirigentes nacionais do partido, administradores e dirigentes de empresas públicas. A constituição dos órgãos distritais, deverá incluir militantes das mais diversas sensibilidades políticas internas, de modo a serem inclusivos e abrangentes”, escreve Paulo Vieira da Silva.

Quanto à futura lista de deputados, defende “critérios objectivos e transparentes, que sejam tornados públicos antes da escolha dos respectivos nomes”, e que a Comissão Política Nacional possa escolher até três nomes em lugares elegíveis e que a Comissão Política Nacional indique um nome para integrar a lista nos cinco primeiros lugares”.

Relativamente às eleições locais de 2017, o social-democrata considera que a distrital deve começar o trabalho “em sintonia com as concelhias, de forma – sublinha – a recuperar “o terreno perdido mas últimas eleições autárquicas no distrito”. “Entendo que deverá ser também através de eleições directas, agendadas de forma atempada, acompanhadas de um debate aberto a todos os cidadãos, que deverão ser escolhidos os candidatos a presidente de câmara do PSD em cada um dos concelhos”.

O décimo ponto do documento é relativo ao próximo congresso nacional do partido, no qual – diz -, os novos órgãos distritais deverão propor “o fim de obrigatoriedade da existência de proponentes para novos militantes, a criação de secções temáticas concelhias e distritais e que o prazo mínimo para a marcação de eleições para as comissões políticas concelhias e distritais passe a ser de 60 dias”.

“Os militantes que estejam a ser alvo de investigações judiciais não devem poder ser candidatos a quaisquer cargos políticos ou públicos em nome da transparência e da moralização da vida política e pública”, defende.

Bragança Fernandes, presidente da Câmara da Maia, apresenta esta terça-feira a sua candidatura e, segundo fontes sociais-democratas, propõe Cancela Moura e Miguel Santos para a vice-presidência, e Alberto Santos, ex-presidente da Câmara de Penafiel, e Virgílio Macedo, líder demissionário da distrital, para a mesa da assembleia distrital.

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