“Encontrámos um caminho melhor”, garante António Costa

Primeiro-ministro defendeu, em entrevista a jornal alemão, que foi o "fim da austeridade" que permitiu a recuperação da economia portuguesa.

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António Costa defendeu que o país não precisa de um "banco mau" PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Para o primeiro-ministro, o segredo da recuperação de Portugal está no “fim da austeridade”. Numa entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, publicada nesta terça-feira, António Costa assegura que encontrou um caminho melhor para o país. Falou também sobre a banca, defendendo que “Portugal não precisa de um banco mau”.

Nesta entrevista, citada pela Reuters, António Costa deu também garantias de que a banca portuguesa não tem dado quaisquer sinais de que precise de mais ajuda do Estado, da mesma forma que defendeu que o país não precisa de um “banco mau”.

O primeiro-ministro explicou que está a trabalhar em conjunto com o Banco de Portugal para encontrar medidas de estabilização para o sector da banca, o que passa, por exemplo, pela criação de uma plataforma que vai coordenar o reembolso das dívidas aos bancos.

Ainda sobre o caminho de recuperação que Portugal tem feito, o governante insistiu que o caminho alternativo à austeridade foi “melhor para o país”, recordando que um ano antes Portugal corria o risco de ver aplicadas sanções pela União Europeia devido ao défice excessivo. Falou, ainda, das agências de rating, para dizer que espera que as próximas avaliações sejam já mais positivas.

No domingo, durante um encontro internacional em Cascais que conta com participantes de 70 países, António Costa já tinha reiterado a “trajectória sustentável de redução da dívida pública” que Portugal tem feito. “Na frente orçamental estamos a promover a efectiva consolidação das finanças públicas. Portugal registou em 2016 um défice de 2% do PIB, que permitiu que a Comissão Europeia recomendasse recentemente o encerramento do Procedimento de Défice Excessivo a que Portugal estava sujeito desde 2009”, acrescentou.

Por seu lado, o presidente do Banco Central Europeu corroborou na segunda-feira que Portugal está a registar “progressos significativos em todas as dimensões”, mas foi mais cauteloso e alertou que o país precisa de ter atenção às vulnerabilidades que persistem, “especialmente no sector bancário”. Mario Draghi falava numa audição realizada na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em resposta ao deputado do PS Pedro Silva Pereira. 

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