Durão Barroso vai presidir à Goldman Sachs e ser consultor para o "Brexit"

Ex-presidente da Comissão Europeia é mais um português no banco de investimento.

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Durão Barroso presidiu à Comissão Europeia durante uma década GEORGES GOBET/AFP

Expresso e a TSF avançaram a notícia, o PÚBLICO confirmou-a: o ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, é o novo chairman (presidente não-executivo) da Goldman Sachs International, o maior banco de investimento do mundo.

O antigo primeiro-ministro e também representante português no grupo Bilderberg assumirá funções no banco como presidente não-executivo e consultor, ainda este mês. A empresa informou entretanto, em comunicado, que "a sua perspectiva, o seu julgamento e aconselhamento serão uma mais-valia para a comissão de directores, para os accionistas e para os colaboradores" da Goldman Sachs International. 

Os co-CEOs da GS, Michael Sherwood e Richard Gnodde acrescentaram que "José Manuel traz imensos conhecimentos e experiência para Goldman Sachs, incluindo uma compreensão profunda da Europa. Estamos ansiosos para trabalhar com ele , enquanto continuamos a ajudar nossos clientes a atravessar o ambiente económico e de mercado desafiador e incerto".

Citado pelo Financial Times, o antigo governante português diz: “Conheço bem a União Europeia e também o ambiente económico do Reino Unido. Se os meus conselhos podem ser úteis nestas circunstâncias, estou pronto para ajudar”. O mesmo jornal avança que o ex-ministro português terá um papel de consultoria em assuntos que possam estar relacionados com o "Brexit". “Os seus conselhos, neste tempo de monumental mudança e incerteza, serão muito importantes", disse Peter Sutherland, que deixou o cargo de chairman da GSI em Maio de 2015. 

Apesar disso, o PÚBLICO soube que o convite foi feito antes do referendo britânico. "Um processo destes, para ter a idoneidade de todas as autoridades inglesas e americanas, leva meses. Antes do "Brexit" já estava apalavrado", disse ao PÚBLICO um elemento da GS. O anúncio só foi feito depois de Durão ter sido sujeito ao crivo dos reguladores financeiros e a inquirições no Banco de Inglaterra, tendo o seu nome sido aprovado por todos – a sede da Goldman Sachs Internacional é em Londres.

Durão Barroso deixou a Comissão Europeia em 2014, tendo sido substituído por Jean-Claude Juncker.

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