Cristas na corrida a Lisboa: “Ambição máxima mas realismo total”

Candidata fez balanço de seis meses de candidatura a Lisboa.

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Assunção Cristas NUNO FERREIRA SANTOS

Sem querer apontar baterias à candidata do PSD, Assunção Cristas assume que tem a “ambição máxima” sobre o resultado eleitoral em Lisboa mas lembra que o ponto de partida está entre os 6 e os 7% obtidos nas últimas vezes em que o CDS concorreu sozinho na capital. Por isso, confessou aos jornalistas esta manhã: “Com o realismo que se sabe, a nossa base é esta”.

A líder do CDS aproveitou os seis meses de candidatura para fazer o balanço: 108 visitas a instituições e bairros, sete conferências no âmbito do “Ouvir Lisboa” e três propostas - acesso a creches, habitação para a classe média e fim da taxa de protecção civil.

A “meio da corrida” autárquica, Assunção Cristas é cautelosa sobre a meta eleitoral (a sua e a das juntas de freguesia, já que o CDS concorre sozinho pela primeira vez desde há alguns anos) mas também não deixa de encarnar o espírito de qualquer candidato eleitoral. “O que for o resultado será certamente assumido com humildade. Não quero ser imodesta mas serei uma excelente presidente da Câmara de Lisboa com uma grande paixão e uma grande vontade de fazer, com o realismo de saber que a nossa base é esta”, afirmou num encontro com jornalistas, esta manhã, numa pastelaria em São Domingos de Benfica. A base – recordou a candidata – são os 5,9% obtidos pela antiga vereadora do CDS Maria José Nogueira Pinto (2005) e os 7% registados pelo ex-líder do partido Paulo Portas (2001).

Depois de gorada uma coligação com o PSD e com o anúncio de Teresa Leal Coelho como a candidata social-democrata há apenas duas semanas, Assunção Cristas leva vantagem sobre a sua adversária do centro-direita? A líder do CDS evita responder directamente, apontando antes a Fernando Medina e às suas “omissões”. Mas reconhece que Teresa Leal Coelho “foi vereadora e tem a possibilidade de ter conhecimento dos detalhes dos problemas” da cidade. Cristas aproveita para desafiar o socialista Fernando Medina a anunciar-se oficialmente como candidato: "Estamos a menos de seis meses das eleições. Falta haver a definição de um candidato - Fernando Medina - que pode sempre invocar as suas vestes de presidente em Lisboa para fazer propaganda paga por todos nós"

Ao lado do mandatário, Carmona Rodrigues, Assunção Cristas foi também questionada sobre os efeitos negativos que pode ter o facto de ter sido a autora, como ministra, das alterações à lei do arrendamento. A candidata rejeita que possa ser prejudicada: “A reforma do arrendamento tem sido responsável pela reabilitação da cidade. Acho que é um factor positivo a meu favor”.

A candidata atira as responsabilidades para a esquerda. "Aquilo que a esquerda dizia de despejos em massa, de dramas sociais, simplesmente não existiu. O que há é falta de coragem desta esquerda de aplicar aquilo que é o seu dever, que é pagar o subsídio de renda para que as pessoas possam continuar nas suas casas, havendo uma responsabilidade social por parte do Estado”, acrescentou.

Relativamente à hipótese de a queixa de favorecimento apresentada por uma construtora contra Paulo Portas enquanto consultor da Mota-Engil poder prejudicar a campanha do CDS, Assunção Cristas disse não ter informação sobre esse assunto.

Acompanhada pelo vereador João Gonçalves Pereira e por Diogo Moura, membro da Assembleia Municipal, a candidata do CDS aproveitou a presença dos jornalistas para anunciar um candidato Nuno Brites à junta de freguesia que já integra -  São Domingos de Benfica. Quanto ao programa não deverá ser conhecido antes de Junho, altura em que terminam as conferências "Ouvir Lisboa". 

 

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