CPLP: Guiné Equatorial pede apoio técnico para abolir pena de morte

Restantes Estados-membros da organização registaram "com agrado" o pedido.

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Michel Temer, Presidente do Brasil, e Teodoro Obiang, Presidente da Guiné Equatorial AFP/EVARISTO SA

 A Guiné Equatorial pediu apoio técnico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para abolir a pena de morte, o que os restantes Estados-membros da organização registaram "com agrado", segundo a declaração final da cimeira de Brasília.

Os chefes de Estado e de Governo da CPLP reunidos na XI conferência, esta segunda e terça-feira, "registaram com agrado a solicitação da Guiné Equatorial de apoio técnico à harmonização legislativa interna, decorrente da moratória à pena de morte em vigor, no sentido de a converter em abolição, em conformidade com os princípios fundamentais e valores universais comungados por todos os Estados-membros", segundo a declaração final da cimeira.

Os países lusófonos "congratularam-se com o anúncio da conclusão dos procedimentos internos de ratificação dos estatutos da CPLP e com a entrega simbólica da respectiva carta ao secretário-executivo da CPLP, que consolida a integração da Guiné Equatorial na CPLP e abre caminho à adopção do acervo comunitário", refere ainda o documento, aprovado na cimeira, que termina na manhã desta terça-feira em Brasília.

A CPLP também reconheceu "os esforços empreendidos pela Guiné Equatorial na adopção plena da língua portuguesa, designadamente através dos órgãos de comunicação social, com destaque para a Televisão Nacional e Rádio Asonga, bem como a integração da língua portuguesa no currículo dos centros educativos".

Na declaração final da cimeira de Brasília, os membros da comunidade lusófona reiteram o empenho em "apoiar os esforços da Guiné Equatorial na sua plena integração na CPLP", em aspectos que possam vir a ser identificados junto dos órgãos da organização.

Por fim, os Estados-membros felicitam a iniciativa da Guiné Equatorial em instituir o Prémio UNESCO/Guiné Equatorial em Ciências da Vida, que em 2015 foi atribuído a um cidadão de um Estado-membro da CPLP.

A declaração final contém 59 pontos, versando sobre cooperação, concertação política e diplomática e acção cultural, promoção e difusão da língua portuguesa.

A cimeira de Brasília marca o início da presidência da CPLP pelo Brasil, sucedendo a Timor-Leste.

Também termina o segundo mandato de dois anos do secretário-executivo, Murade Murargy, tendo sido eleita a são-tomense Maria do Carmo Silveira, cujo mandato começa a 1 de janeiro de 2017 e termina a 31 de Dezembro de 2018.

Os países concordaram que Portugal indicará o nome a suceder a Maria do Carmo Silveira para o mandato de 1 de Janeiro de 2019 a 31 de Dezembro de 2020.

Na cimeira de Brasília, os Estados "reafirmaram a plena validade do compromisso histórico consagrado na declaração constitutiva da CPLP, com a progressiva afirmação internacional do conjunto dos Estados-membros, que constituem um espaço geograficamente descontínuo, mas identificado pelo idioma comum e pelos primados da paz, da democracia, do Estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social".

Os países lusófonos aprovaram, nesta conferência, a nova visão estratégica, que definirá o rumo da organização na próxima década e "renovaram a sua determinação em prosseguir aprofundando a concertação político-diplomática, a cooperação em todas as áreas e a promoção e difusão da língua portuguesa no mundo, de modo a fortalecer a organização e a sua presença junto aos cidadãos dos Estados-membros e junto à comunidade internacional".

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