Costa ignora dissidente: o “PS de Matosinhos não fecha a porta a ninguém”

No jantar do lançamento da candidatura de Luísa Salgueiro, o secretário-geral falou da “relação de coração” que o PS tem com os militantes.

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António Costa numa homenagem a Mário Soares esta semana LUSA/JOÃO RELVAS/Arquivo

O secretário-geral socialista, António Costa, declarou esta sexta-feira que “a porta do PS de Matosinhos nunca se fecha para ninguém” e que “a relação que o PS de Matosinhos tem [com os militantes] é uma relação única, porque não é uma relação de cartão, é uma relação de coração”.

“É uma grande satisfação verificar que a porta do PS de Matosinhos nunca se fecha para ninguém. A porta do PS de Matosinhos está sempre aberta para todos os que cá estão, os que nunca cá estiveram, os que por algum tempo nos deixam. Mas o partido fica sempre, o partido está cá sempre e tem sempre a porta aberta para todos aqueles que são socialistas do coração”, afirmou.

As declarações do líder do PS tinham um destinatário: o até agora dirigente nacional António Parada, que esta sexta-feira entregou o cartão de militante ao presidente da concelhia socialista ao fim de 32 anos de filiação partidária, em ruptura com Manuel Pizarro, líder da distrital, pela forma como conduziu o processo de escolha do candidato à câmara.

O líder do PS esteve reunido esta sexta-feira à tarde, no Porto, com António Parada, que há quatro anos liderou a candidatura do partido à autarquia matosinhense, no sentido de o demover a desfiliar-se, mas o antigo presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos não aceitou continuar no PS e entregou o cartão. A seis meses das eleições autárquicas, António Parada, que integrava até agora a Comissão Política Nacional do PS, prepara-se para entrar na corrida autárquica, mas desta vez como independente.

O líder socialista falava no final de um jantar de apresentação da candidatura de Luísa Salgueiro, que encabeça a lista do partido à presidência da câmara, que foi liderada durante três décadas pelo Partido Socialista quando o presidente era Narciso Miranda, que também se vai candidatar como independente.

No curto discurso que fez, perante um pavilhão cheio de militantes, muitos dos quais vieram dos vários concelhos da Área Metropolitana do Porto, António Costa cingiu-se à candidatura a Matosinhos, afirmando que Luísa Salgueiro, de 49 anos, vai ser a primeira presidente da Câmara de Matosinhos. E depois tratou de lhe dar a táctica. “A primeira missão de um autarca é tratar das suas gentes, seja das crianças ou dos jovens, seja da saúde dos munícipes de Matosinhos”.

Costa aproveitou para elogiar a forma como o actual presidente da câmara, o independente Eduardo Pinheiro, colaborou na solução que o partido encontrou com o movimento liderado pelo anterior presidente da autarquia, Guilherme Pinto, para as eleições autárquicas de Outubro. O PS e o grupo de independentes, que lidera o executivo, vão concorrer juntos a todos os órgãos autárquicos e Eduardo Pinheiro vai ser número dois de Luísa Salgueiro.

Mas houve um nome muito presente durante o jantar: Guilherme Pinto, que, se fosse vivo, faria anos esta sexta-feira. Todos os oradores o recordaram. O secretário-geral referiu que o antigo presidente da Câmara de Matosinhos “procurou e cumpriu” o regresso ao PS antes de morrer, provocando a tal “relação com o partido”.

A candidata, por seu lado, convocou todos para em conjunto continuarem a construir o futuro. “Existe um ciclo da vida e temos um papel determinante em cada uma das etapas das nossas vidas”, afirmou a deputada Luísa Salgueiro.

Segundo a organização, o jantar, que se realizou no Centro de Congressos e Desportos de Matosinhos, contou com a participação de aproximadamente 1700 pessoas.

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