Costa defende ferrovia até ao centro da Europa para aumentar competitividade

Líder socialista afirmou que se deve aproveitar o financiamento europeu para apostar na construção de uma linha de mercadorias.

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António Costa pretende ser presidente da AML Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PS defendeu esta sexta-feira em Oliveira de Azeméis que a competitividade das empresas exportadoras nacionais beneficiaria com uma ferrovia que agilizasse o acesso de mercadorias ao centro da Europa "tão breve quanto possível".

As declarações de António Costa foram feitas após uma visita a diferentes unidades do grupo Simoldes, que em 2014 facturou cerca de 600 milhões de euros e, nas suas diversas unidades em Portugal e no estrangeiro, emprega mais de 4900 trabalhadores.

"A Simoldes é um excelente exemplo de como a actividade industrial pode ser competitiva em Portugal e, para melhorar essa capacidade, muito dependerá da inovação de cada empresa, mas as políticas públicas podem ajudar na formação e na logística [para valorizar esse trabalho]", começou por referir o líder socialista.

"É certamente muito importante para todo o tecido industrial desta região Centro que possamos ter no futuro, tão breve quanto possível e aproveitando os mecanismos de financiamento europeus que hoje existem, uma linha de mercadorias que nos permita uma ligação de grande capacidade da ferrovia ao centro da Europa", acrescentou.

Na medida em que esse caminho-de-ferro permitiria "chegar melhor, mais rápido e a menores custos" aos clientes do centro europeu, António Costa defendeu: "A ligação neste eixo de Aveiro a Salamanca e Valladolid é da maior importância (...) para todo o sector industrial português - estamos a falar de um eixo central para toda a grande bacia da indústria exportadora nacional, que vai de Setúbal a Braga."

Quanto ao contributo dessas empresas exportadoras para a sustentabilidade da Segurança Social, o líder socialista apontou a Simoldes como um exemplo das unidades em que se justificará que "a contribuição não assente exclusivamente no volume da massa salarial, mas seja alargada também a outras componentes", como a receita expressa no IRC.

"Isso favorece que as empresas que são de maior mão-de-obra intensiva, como esta que tem [quase] 5000 trabalhadores, contribua menos em função do volume da massa salarial e mais em função dos lucros", argumentou António Costa. "Isto é importante porque hoje temos que ter uma prioridade que é ganhar competitividade ganhando emprego", realçou.

Se nos últimos anos o desemprego e a emigração fizeram o Estado "perder 8000 milhões de euros" em receitas da Segurança Social, o secretário-geral do PS considerou que só uma "estratégia de criação de emprego" melhorará a sustentabilidade do Estado Social.

"Daí dizermos que parte do IRC deve ser afecta à Segurança Social", argumentou. "Isso permite que empresas que têm rendimentos de capital intensivo contribuam mais e que empresas designadamente do setor industrial, que têm uma importante componente na criação de emprego, possam ter um custo menos pesado", concluiu.

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