PSD e CDS em paridade na comissão política da coligação para as legislativas

O órgão executivo da coligação é constituído por 26 dirigentes, treze de cada partido, além de seis convidados, quase todos independentes.

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A comissão política da aliança eleitoral Portugal à Frente reuniu-se pela primeira vez Enric Vives-Rubio

Treze de cada lado e seis convidados ao meio: assim é a comissão política da coligação Portugal à Frente, que se reuniu esta quinta-feira, pela primeira vez, num hotel de Lisboa. A paridade marca este órgão executivo da aliança da direita, chefiado pelos presidentes do PSD e do CDS-PP, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, e não reflecte a proporção da votação alcançada por cada um dos partidos nas últimas legislativas. Isso fica reservado para as listas de candidatos.

Ana Costa Freitas, Carlos Gomes Nogueira, Gonçalo Lobo Xavier, Nuno Botelho, Patrícia Salvador Barreto e Rita Valadas são os seis convidados, agora apresentados como "independentes ou sem ligações a direcções partidárias", para ressalvar o facto de, pelo menos, um deles ser membro de um dos partidos (Gonçalo Lobo Xavier é militante de base do CDS).

Num momento em que ainda não se sabe se estes independentes (ou quase) vão integrar as listas para a Assembleia da República, nota-se na escolha destes nomes a preocupação de proporção que não existe na restante composição da comissão política, já que quatro dos seis convidados - Ana Costa Freitas, Carlos Gomes Nogueira, Nuno Botelho e Patrícia Salvador Barreto - foram indicados pelo PSD, os outros dois - Gonçalo Lobo Xavier, irmão de António Lobo Xavier, e Rita Valadas - foram propostos pelo CDS.

Neste primeiro encontro, o "coração" da aliança eleitoral fez a análise da situação política e renovou "os compromissos, quer de prestação de contas do trabalho realizado pelo governo da coligação, quer da audição dos portugueses na preparação do programa eleitoral", segundo o comunicado divulgado no final da reunião.

Ali se anuncia também que se vão realizar, já a partir de sábado, um conjunto de sessões temáticas, sob o lema “Portugal no caminho certo”, com o objectivo de "fazer a prestação de contas do trabalho efectuado nos últimos quatro anos de Governo, bem como a recolha de contributos para o programa eleitoral".

De resto, cada um dos partidos indicou 13 nomes,  dos quais seis têm funções específicas. O secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, é director de campanha, e a vogal da Comissão Política do CDS-PP Cecília Meireles é directora de campanha adjunta. O secretário-geral do CDS, António Carlos Monteiro, é mandatário financeiro, e o secretário-geral adjunto do PSD Lélio Lourenço é mandatário financeiro adjunto. O vice-presidente do PSD José Matos Correia e a vice-presidente do CDS Assunção Cristas são responsáveis pelo programa eleitoral.

Quem são os convidados da coligação?
Não se pode dizer que são todos independentes, como foi inicialmente anunciado, mas andam lá perto. Há pelo menos dois que têm ligações aos dois partidos da coligação. Gonçalo Lobo Xavier é militante de base do CDS, partido do qual foi dirigente. Licenciado em Administração Pública, é vice-presidente do Conselho Económico e Social Europeu, um órgão consultivo da União Europeia, para o qual foi indicado pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP). É também assessor do Conselho de Administração da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal.

O empresário Nuno Botelho, um dos primeiros nomes tornado públicos para integrar a comissão política nacional da coligação, também tem um passado político: foi militante do PSD até 2013, altura em que se desfiliou para ser director de campanha de Rui Moreira à câmara do Porto, de quem fora braço direito na Associação Comercial do Porto, a que agora preside. Já antes tinha estado envolvido na campanha interna de Paulo Rangel para a liderança do PSD, em 2010.

Aos restantes não é conhecida qualquer actividade política. Reitora da Universidade de Évora desde 2014, Ana Costa Freitas é licenciada em Agronomia pela Universidade Técnica de Lisboa e doutorada em Biotecnologia Alimentar pela Universidade de Évora.

Carlos Gomes Nogueira é gestor de empresas e tem a sua vida profissional repartida pela banca e pelas seguradoras. É licenciado em Organização e Gestão de Empresas pelo ISCTE. AMP – Advanced Management Program – Harvard Business School, Cambridge, Estados Unidos. Actualmente é administrador executivo da Europartners, uma empresa especializada em inovação, desenvolvimento e reestruturação empresariais.

Patrícia Salvação Barreto é licenciada em Direito pela Universidade Lusíada. Fez mestrado em Direito pelo Colégio da Europa (Bruges) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. É membro do Conselho de Administração da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea “Colecção Berardo”.

A administradora Executiva do Departamento de Acção Social na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Rita Valadas é licenciada em Política Social. Pertenceu à Direcção da Caritas Portuguesa e, em 2012, participou numa iniciativa parlamentar da bancada centrista para assinalar o dia da Segurança Social.

   

 

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