CGTP avisa no Porto que “o momento é de muita exigência e reivindicação”

No comício do 1º de Maio, no Porto, o dirigente nacional Tiago Oliveira, da Intersindical, diz que “uma nova política só é possível com o aumento geral dos salários para melhorar os rendimentos da famílias, combater as desigualdades e o empobrecimento”

Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo
Fotogaleria
nFACTOS/Fernando Veludo

O Dia do Trabalhador no Porto fez-se de muita gente. Num domingo com muito sol, novos e menos novos de bandeiras da mão e muitos cartazes juntaram-se na Avenida dos Aliados, na Baixa, para comemorar o 1.º de Maio e o ambiente, como dizia uma jovem professora do terceiro ciclo, “é totalmente diferente” dos anos anteriores. “As pessoas estão mais felizes e mais descontraídas e isso deve-se à inversão da política que o país conheceu”, diz, satisfeita, Maria do Céu Francesco, professora de português, que todos os anos marca presença nas comemorações do Dia do Trabalhador e também do 25 de Abril.

Esta professora gostou da intervenção política deste 1.º de Maio que esteve a cargo de Tiago Oliveira, coordenador da União dos Sindicatos do Porto (USP) e membro da comissão executiva da CGTP, que arrasou a troika e o anterior Governo do PSD/CDS. “Impuseram medidas draconianas como resposta à crise da política que defenderam e aplicaram. Manipularam dados e recorreram à mentira, aumentaram a exploração, atacaram a Constituição e a soberania nacional, promoveram os paraísos fiscais, generalizaram o empobrecimento e as desigualdades”, descreveu. “Numa campanha ideológica sem precedentes, procuraram transformar a injustiça, em inevitabilidade; o saque à riqueza nacional, em ajuda externa; o desemprego, em oportunidades; a emigração forçada em mobilidade; a precariedade nas relações laborais, em regra universal”, declarou. Perante isto, “nós não desistimos, nós não claudicamos! Pelo contrário, nós lutamos, resistimos e combatemos a poderosa ofensiva ideológica com que nos tentaram intoxicar e anestesiar”.

Segundo o dirigente, “a luta dos trabalhadores foi determinante para o novo quadro político que vivemos. Este é o tempo de concretizar a esperança e lutar pela mudança!” Apontou depois com alguns exemplos onde já se nota mudança “como é caso da reposição de salários e o aumento, ainda que insuficiente, do salário mínimo nacional”, a par da “reposição do direito das mulheres à Interrupção Voluntário da Gravidez, sem pressões nem humilhações” e da “restituição dos feriados roubados”. Aludiu ainda à “reversão da privatização de empresas estratégicas dos transportes, à redução das taxas moderadoras e à atribuição dos manuais escolares para os alunos do primeiro ciclo”. No entanto, Tiago Oliveira entende que “ainda há muito caminho para fazer e uma luta que não pode parar para a reparação de todas as malfeitorias feitas pelo Governo anterior”. Em seu entender “é preciso investir na melhoria dos salários na qualificação imediata das 35 horas para todos os trabalhadores, investir na educação, na saúde e na protecção social da população portuguesa”.

Num tom quase sempre reivindicativo, o dirigente nacional da CGTP avisou que “o momento é de muita exigência e reivindicação! Não basta constatar os problemas, há que encontrar e implementar soluções para dar expressão à esperança numa real mudança”. Pedindo soluções para os problemas, disse que “Portugal precisa de uma política de esquerda e soberana que tenha como opção inequívoca e intransigente a defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo, a salvaguarda do interesse nacional, a afirmação dos valores de Abril e da Constituição”.

Fazendo mira à precariedade, pediu mudanças: “Revogação das normas gravosas da legislação laboral para o sector privado e público, a extinção da caducidade da contracção colectiva e a reintrodução do princípio do tratamento mais favorável”. E avisou que “uma nova política só é possível com o aumento geral dos salários para melhorar os rendimentos da famílias, combater as desigualdades e o empobrecimento”.

No final, e porque falava para uma plateia de trabalhadores, anunciou a realização de uma semana nacional de acção e luta de 16 a 20 de Maio nas empresas e na rua. Objectivo? “Por um futuro digno, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores”.

Depois do comício, a manifestação do 1.º de Maio desceu a Praça da Liberdade, subiu as ruas de Sá da Bandeira e de Santa Catarina e terminou nas traseiras da Câmara do Porto.

Sugerir correcção
Comentar