CDS-PP perplexo com aumentos de comissões na CGD pede responsabilidades ao Governo

Assunção Cristas sublinha que pensionistas que viram o valor das pensões aumentado em cerca de um euro vão passar a pagar comissões de cinco euros mensais, perdendo afinal rendimento.

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Assunção Cristas NUNO FERREIRA SANTOS

A líder do CDS-PP manifestou-se nesta terça-feira “perplexa” com o aumento das comissões cobradas pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) aos clientes, considerando que o Governo tem que ser responsabilizado pelas consequências directas e indirectas da recapitalização do banco público.

"Quando o Governo aumenta pensões à razão de um euro e a seguir a CGD, onde essas pensões são pagas, aumenta comissões à razão de cinco euros, há alguma coisa que não está a bater certo. Os pensionistas que tinham a expectativa de ganhar um euro por mês, ficam a perder quatro euros por mês", criticou a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, no final de uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa.

Segundo Assunção Cristas, este "é talvez o caso mais extremo e obviamente muitíssimo chocante", referindo que o CDS-PP "fica perplexo com o aumento das comissões, que nalguns casos passam a abranger situações que antes tinham isenção e que agora passam a ter de pagar estas comissões".

"Temos que pedir responsabilidades ao Governo, que fez esta recapitalização, que a defendeu, que disse que estava muito bem e, portanto, agora tem que ser responsável pelas consequências directas ou indirectas que ela possa vir a ter", defendeu. Para a líder centrista "isto não é admissível num banco que é público, não é admissível dentro de uma política que deve ser integrada e dialogante nestas áreas". "Não achamos que possa ser admissível e, por isso, mesmo já pedimos esclarecimentos ao Governo sobre essa matéria", recordou.

O Bloco de Esquerda apresentou nesta manhã, no Parlamento, dois diplomas sobre serviços mínimos bancários, tendo a deputada bloquista, Mariana Mortágua, desafiado PSD e CDS-PP, que disse "apareceram agora como defensores dos clientes" depois de chumbarem iniciativas do BE para sua protecção, a votarem desta vez a favor das propostas apresentadas.

Questionada sobre se pensa votar a favor das propostas do BE, Assunção Cristas respondeu que "o CDS tem o seu caminho, está a pedir esclarecimentos ao Governo e oportunamente apresentará todas as propostas que entender convenientes".

A líder do CDS-PP foi ainda interrogada sobre a candidatura do CDS-PP à Câmara Municipal de Loures, mas disse apenas que “esse assunto está resolvido e bem resolvido”. “Temos um excelente candidato e eu espero que ele possa ter um muito bom resultado", respondeu Assunção Cristas.

Na segunda-feira, o advogado Pedro Pestana Bastos foi anunciado como o candidato do CDS-PP à presidência da Câmara Municipal de Loures, depois de na semana passada o partido centrista ter anunciado que iria seguir "um caminho próprio" nas eleições autárquicas naquele concelho, abandonando a coligação com o PSD, encabeçada por André Ventura, expressando "profundo incómodo" pela forma como o candidato se referiu à comunidade cigana.

Sobre a reunião com a Associação dos Deficientes das Forças Armadas, a líder do CDS-PP recordou que, no pacote legislativo sobre deficiência apresentado, o partido incluiu "um projecto de lei relativamente à reposição de uma situação de injustiça, que nasceu em 2008, que tem a ver com a atualização das pensões dos deficientes das Forças Armadas".

"Essa matéria foi aprovada na generalidade com os votos do CDS, do PSD e do PCP e, neste momento, aguarda a especialidade e nós esperamos que seja aprovada antes do Orçamento do Estado para poder entrar em vigor a partir do dia 1 de Janeiro de 2018", sublinhou.

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