Catarina Martins quer travar aumento da luz e combater privilégio das eléctricas

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Miguel Manso

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, afirmou que uma das suas prioridades no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) é travar o “aumento brutal” anual da factura da luz e combater o privilégio das "eléctricas".

“Para conseguir limitar o aumento da próxima factura da luz, o BE tem como objectivo na negociação do OE2017 conseguir os necessários cortes e compensações das produtoras eléctricas para que a próxima factura da luz não tenha de subir”, disse quinta-feira à noite durante uma sessão pública em Matosinhos, no distrito do Porto.

E acrescentou: “É preciso que 2017 não comece com um aumento de três por cento da luz, porque senão tudo aquilo que estamos a conquistar, nomeadamente o aumento do salário mínimo e pensões, é comido no aumento da luz”.

Segundo a bloquista, a conta da luz em Portugal aumenta três por cento por ano, integrando a lista dos países onde mais se paga electricidade.

Simultaneamente, salientou, é dos países que dá às produtoras eléctricas contratos com mais margem de lucro.

“Para quem produz energia em Portugal é um bom negócio, mas para a generalidade da população tem sido um péssimo negócio”, frisou.

Para a líder do BE, com algumas “alterações cirúrgicas”, como modificação das rendas, é possível evitar o aumento da luz, salientando que os produtores de energia não vão gostar e vão ficar irritados.

Outra das soluções apontadas por Catarina Martins é estender a contribuição extraordinária a parte das energias renováveis, cuja tecnologia já amadureceu e tem negócio estabilizado e lucrativo e, com isso, descer o défice tarifário.

“A escolha que fazemos é esta: ou combatemos o privilégio para recuperar rendimentos ou ficará tudo na mesma”.

Antes do início da sessão pública, Catarina Martins reuniu-se com trabalhadores do Porto de Leixões, em Matosinhos, para falar sobre a sua situação laboral.

A coordenadora bloquista salientou que a austeridade é sempre o empobrecimento de quem trabalha para o lucro de “uns poucos”, revelando que há funcionários que fazem turnos de 16 horas ou que são avisados “em cima da hora” que têm de ir trabalhar.

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