Catarina Martins: "O país está mais forte, as pessoas são mais respeitadas"

A coordenadora bloquista considerou que este foi o primeiro ano em que “se começou a fazer um bocadinho de justiça” no ramo da energia e da habitação.

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Catarina Martins defendeu que o salário mínimo “terá de continuar a aumentar” LUSA/RUI MINDERICO

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou nesta quinta-feira, enquanto fazia em Vila Nova de Gaia um balanço da sessão legislativa, que "há muito a fazer no país, mas as pessoas são mais respeitadas".

"Falta tanto emprego, é certo, mas há um pouco mais de emprego. E está tanto por fazer, mas o país está mais forte, porque as pessoas são mais respeitadas. Hoje, quando alguém liga o rádio não liga com medo do corte que vai ter, liga, sim, com a expectativa do direito que vai ver reposto e reconquistado. Essa é toda a diferença e é também toda a exigência", disse Catarina Martins.

A líder bloquista iniciou a sua intervenção apontando que "o Bloco de Esquerda tem estado a nível nacional envolvido num trabalho que é muito duro", o "de construir todos os dias uma maioria que possa permitir melhores condições ao país", para de seguida enumerar as "conquistas" alcançadas, sem deixar de criticar o anterior Governo.

"O país é feito de gente, não acreditamos, como nos tempos do PSD e CDS, que o país pode estar melhor quando as pessoas estão pior (...). Ainda hoje se soube que [a medida das] rendas novas para a energia solar que o Governo PSD/CDS tinha acordado mesmo de saída, [que ia] dar subsídios chorudos a quem recebia tanto, foi travada e foi travada por acção do Bloco de Esquerda", disse Catarina Martins.

E acrescentou: "Este foi o primeiro ano [em que], pela primeira vez em Portugal, que algumas das rendas da energia foram cortadas, que se começou a fazer um bocadinho de justiça".

Em matéria de habitação, a coordenadora do BE referiu que este ano foram revertidas as regras da renda apoiada, tornando-as "mais justas" e que foram dados "passos significativos em muitas áreas", apontando diferenças entre o país do presente e o país de há um ano.

"Há um ano ouvíamos as instituições europeias com toda a arrogância, mas também a direita com aquela pressa de que as coisas corressem mal ao país para lhes poder correr bem a eles — foi talvez das coisas mais feias na política que já se viu —, a dizer 'vai tudo correr mal'. E 'não se pode mexer em nada porque pode ser o descalabro da economia'. Mas, passado um ano, as pessoas sabem que não foi assim, sabem que estas conquistas a ferros de direitos e de dignidade fizeram tão bem à economia", afirmou.

Num discurso no Largo da Afurada, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, e no qual também abordou questões ligadas às eleições autárquicas e à lei do banco de terras, Catarina Martins considerou que "foi importante aumentar o salário mínimo" e que este "terá de continuar a aumentar, como está acordado".

"Vivemos num país em que quem trabalha, trabalha horas demais, dias demais, precário demais com salário de menos. E tanta gente está no desemprego e precisa do trabalho. Faria toda a diferença na economia e na produtividade", disse a líder bloquista.

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