Catarina Martins avisa Governo que BE não se vai calar sobre as suas lutas

O BE critica o Governo pelo uso de trabalho precário.

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Catarina Martins e José Soeiro criticaram o Governo Paulo Pimenta

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, avisou o Governo que está “enganado” se pensa que o BE se vai calar sobre as suas lutas e criticou o Conselho de Ministros por querer estágios não remunerados.

“Quem pensa que o Bloco de Esquerda calará alguma das lutas que são as suas lutas de sempre está muito enganado. Nós soubemos do caso, denunciamo-lo, o José Soeiro já questionou, e bem, o Governo sobre esta matéria, e não largamos. Tem de ser corrigido”, declarou Catarina Martins, no discurso que fez este sábado em Vila Nova de Gaia, durante um almoço para apresentar a candidatura do partido às eleições autárquicas.

Catarina Martins disse que era “absolutamente inadmissível que algo como a presidência do Conselho de Ministros possa trabalhar à conta de estágios não remunerados” e alertou que se o Governo acha que pode ter estágios em vez de contratos de trabalho, então “não está a levar a sério” o trabalho “de erradicar a precariedade” que se tem de fazer no país.

“Mesmo nos momentos em que nós estamos a fazer mais trabalho e há mais consenso nacional, sabemos que se não for a força do BE imediatamente andamos para trás”, observou, recordando que neste momento, junto com o Governo, está em curso um processo de regularização dos precários da Administração Pública e para “melhorar a lei para combater a precariedade do privado”.

Catarina Martins defendeu que há, do ponto de vista estrutural, na direita, mas também no PS, uma “falta de respeito por quem trabalha”, o que faz que não “compreendam a absoluta necessidade de uma nova forma de olhar para as questões do trabalho”.

O deputado do BE, José Soeiro, denunciou hoje que há “indícios” de que existem estagiários não remunerados em funções permanentes num organismo do Estado e classificou que é “inaceitável” e “ilegal” caso seja verdade.

“Há claramente indícios de que estão a ser utilizados estagiários para funções que parecem ser funções permanentes do funcionamento regular daquele organismo [Centro Jurídico da Presidência do Conselho de Ministros (CEJUR)]. Há também uma referência a estágios profissionais não remunerados, foi isso que foi divulgado e isso é ilegal, e portanto, enfim, estamos à espera de saber como funciona, de ouvir os argumentos do Governo”, declarou o bloquista hoje em Vila Nova de Gaia, Porto.

O CEJUR abriu uma nova unidade com o objectivo de avaliar o impacto das leis e que é maioritariamente constituída por estagiários”, lê-se hoje no Diário de Notícias.

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