Cartas ao director e PÚBLICO ERROU

A diferença entre política e politiquice

Os últimos dias tem sido particularmente activos do ponto de vista político, com o lançamento do livro de Cavaco Silva e com o permanente escrutínio ao ministro das Finanças em relação a declaração de rendimentos de António Domingues. Quanto à obra do anterior Presidente da República é um ajuste de contas “baixo” para com o ex primeiro-ministro José Sócrates. Ao estilo das revistas cor-de-rosa, ficamos a conhecer o teor das conversas em Belém e da forma como Cavaco Silva tremeu quando foi levantada a hipótese de liderar um eventual governo de iniciativa presidencial. Olivro acaba por retractar mais do mesmo, ou seja, um homem omnisciente, capaz de prever os maiores desastres e de não evitar nenhum deles.

 Em relação à declaração de rendimentos António Domingues, não passa de um assunto trivial, sem consequências para o dia-a-dia dos cidadãos, até porque a pessoa em causa já não irá liderar a CGD. Enquanto a imprensa portuguesa e sobretudo os partidos políticos se desgastam, são ignorados importantes notícias vindas do exterior, como as garantias do BCE da continuação do programa de compra de divida pública, o que confere um “balão de oxigénio” à economia nacional. São igualmente dados dignos de nota, o cumprimento e os elogios de Bruxelas ao crescimento do PIB e cumprimento das metas orçamentais, assim como a redução da divida externa e o equilíbrio da balança corrente de serviços e capitais.

Um sistema político responsável deveria debater os principais desafios do país no contexto externo, as necessidades de investimento e a reestruturação das dívidas das empresas públicas, com especial destaque para o sector dos transportes colectivos. Entre tricas e mexericos, os nossos políticos entretém se com assuntos menores, que servem na íntegra para aquelas penosas encenações na Assembleia da República e nas comissões de inquérito.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

Ponto final aos precários

A atribuição de um vínculo de trabalho definitivo aos chamados trabalhadores precários da função pública é da mais elementar justiça. Contudo, a campanha do PCP “a cada posto de trabalho permanente um contrato de trabalho efectivo” é mais abrangente”.

Não há só precários na função pública. Os precários das empresas privadas também são gente. Portugal é o terceiro país da Europa com mais trabalhadores com contratos a prazo. Há casais vivendo na instabilidade dos contratos a prazo. As despesas correntes obrigatórias não admitem pagamentos fora do prazo.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

 

PÚBLICO ERROU

Por erro de edição, surgiu no texto “O desconforto dos funcionários britânicos nas vésperas do ‘Brexit’”, na edição de 20/2, uma referência ao artigo 50 do Tratado de Roma, em vez de Tratado de Lisboa. Ao autor e aos leitores as nossas desculpas.

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