Cartas ao director

Sem vergonha

Não restam dúvidas sobre e enorme responsabilidade do Governador de Banco de Portuga (BdP)l, Carlos Costa, no caso BES. Quantos mais documentos vêm a público, quanto mais se sabe, quanto mais o próprio Carlos Costa fala, mais fica provada a tese da sua falta de acção que, se fosse coerente com a ética de um verdadeiro Governador do Banco de Portugal  só tinha que seguir o caminho da demissão.

No entanto Carlos Costa não pensa assim e, onde deveria ver falta de acção e facilitismo, vê ataques ao BdP. Já todos percebemos que pensando que é uma peça  da segurança do BdP não vai pedir a demissão, possibilitando com essa atitude que o sistema de regulação que o banco central  exerce continue ao sabor de alguém que já mostrou não ser competente para o lugar. Carlos Costa, sem qualquer vergonha, continua a pensar que é insubstituível. 

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

 

O presidente do Eurogrupo é grotesco

Ciclicamente surgem perseguições ao Governo de Portugal. O ministro das Finanças alemão, Shaüble, porta-voz da finança e austeridade, acena para a necessidade de novo resgate. O Banco Central Europeu (BCE) ameaça-nos com novas sanções. A Comissão Europeia é que devia ter tomado esta posição e não o BCE, cujo vice-presidente, o pouco socialista Vítor Constâncio, também cozinhou aquela ameaça. Fortíssimos para as economias fracas…

Agora, o presidente do Eurogrupo, disse: “Os países do Sul gastam todo o dinheiro com copos e mulheres” António Costa afirma e bem, que este não tem condições para permanecer no cargo. A frase é grotesca, inaceitável e mentirosa, não traduzindo a realidade.

Revela arrogância, preconceito, sexismo e xenofobia, agravando a má imagem desqualificada que já detinha. Dá ideia que o norte nos abastece, sendo irreal. Aquela criatura diz-se social-democrata e faz sentido, já que socialistas/social-democratas ao longo de anos conluiaram-se com a direita para desmantelarem o Estado Social.

Vítor Colaço Santos , S. João das Lampas

 

Erdogan e o resto

Os últimos meses trouxeram uma nova variável à complicada equação da União Europeia (UE). Após o golpe a que sobreviveu, talvez urdido pela sua própria facção para justificar melhor o assalto ao poder, o presidente turco não tem feito outra coisa senão ameaçar e chantagear a UE.

Ele tem alguns trunfos na mão que pode arremessar, sejam os refugiados, sejam os turcos na Alemanha, e conhece muito bem as fragilidades das elites que pululam a UE. Sabe que pode abusar, ainda mais se vencer o referendo do próximo mês, o que é o mais provável.

Surge assim mais uma frente no cerco à UE. Depois do “Brexit”, de Donald Trump, de Putin, dos populismos, do declínio demográfico, é a islamização da Europa e a Turquia. O discurso de Erdogan é bastante claro, urgindo os turcos na Europa a terem pelo menos cinco filhos, fazendo explodir a bomba demográfica.

 
Manuel Brás, Lisboa
 

 

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