Cartas ao director

O PR não tem como função deixar o país sem Governo

Quando foi possível encontrar uma solução de Governo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem como função apoiá-la, dado que a alternativa seria um não governo. Os que achavam que o PR na primeira oportunidade iria afastar-se desta solução e “criar” eleições para ficarmos num impasse começaram alto e em conjunto a dizer mal de Marcelo.

O PR faz o que deve ser feito, que é apostar no governo actual dado saber, como todos sabemos, não haver para já alternativa  viável além da “imaginada” pelos que  já estão em pânico por não voltarem a ser Governo. O próprio Marcelo Rebelo de Sousa está ciente de que “isto” lhe poderia acontecer

Os que acham o PR desmesuradamente acelerado, não por estar  em muitos acontecimentos, mas apenas e unicamente por “não ter” estado onde essas pessoas estavam. De facto, o problema não está no PR apoiar o que tem que apoiar, ou estar onde acha de ter estar, mas unicamente não apostar nos que gostariam de voltar, já, a ser Governo.

.Mesmo muitos que estamos pelas esquerdas quereremos continuar a apoiar Marcelo Rebelo de Sousa

 A Küttner de Magalhães, Porto

 

Cavaco era o 8, Marcelo é o 80

Cavaco Silva, no seu livro de memórias, critica Marcelo Rebelo de Sousa, dizendo que recusou sempre a política-espectáculo, numa clara alusão ao seu sucessor, e que um Presidente não deve estar condicionado pela agenda mediática – outra crítica que vai direitinha para Marcelo.

Os reparos de Cavaco Silva à actuação do actual Presidente têm, quanto a mim, toda a justificação. A razão está do seu lado, só que a perde, porque, quando esteve em Belém, tinha um estilo demasiado severo, diametralmente oposto ao de Marcelo. Também pecava por exagero. Passou-se de um extremo para o outro.

Cavaco era o 8, Marcelo é o 80. Só Soares, Sampaio e Eanes deram um certo equilíbrio à função presidencial. É por isso que a História e o povo, cujos julgamentos são fundamentais a qualquer político, vão falar deles com mais agrado.

Simões Ilharco, Lisboa

 

Quinta-feira e outros dias

Quinta-Feira e Outros Dias, de Aníbal Cavaco Silva, não sendo um acerto de contas com a História acrescenta sempre algo. José Sócrates continua na berra, com um capítulo do livro a ele dedicado. Depois de ter afirmado, “nunca me engano e raramente tenho dúvidas”, o ex-Presidente revela: “Desenvolvi um método de registo de intervenções e de conversas que me permite anotar com total rigor e absoluta fidedignidade, se assim o entender, tudo o que seja dito numa reunião”.

Terá sido esse método que o levou a memorizar o título do livro Quinta-Feira e Outros Poemas, da autoria do dramaturgo Miguel Franco(1918/1988)?  

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

 

Sugerir correcção
Comentar