Cartas ao director

CGD: a “mão de Deus” e a “mão invisível”

Os vencimentos dos administradores da CGD estabelecidos pelo Governo de centenas de milhares de euros, são escandalosamente superiores aos do primeiro-ministro ou do Presidente da República. Na Comissão de Orçamento e Finanças, PSD e PS chumbaram uma proposta do PCP para limitar as remunerações destes e outros gestores públicos e privados, limitando-as a 90% dos salários do Presidente da República.

Depois, na Assembleia da República, através do deputado Duarte Pacheco, o PSD criticou incisivamente o Governo, considerando "inaceitáveis" os ordenados dos novos administradores da CGD.A velha finta. Já um bocado batida mas sempre à Maradona. O PSD flecte ao seu jeito, à direita, e leva o PS atrás. Depois, “enche o pé” e ataca-o no Governo pela "esquerda".

Digamos que nesta finta funcionou a técnica “política” da "mão de Deus" e a força da "mão invisível” … do mercado.

Nada mais "lógico" que estes vencimentos "vencedores" dos administradores da CGD em que nós somos ...os vencidos.

João Fraga de Oliveira, Santa Cruz da Trapa

Os salários absurdos da CGD

Podemos não gostar de Catarina Martins nem do Bloco de Esquerda. Podemos até pensar que a grande maioria dos políticos mudam a sua forma de pensar em função do lado que ocupam no Parlamento. Tudo isto é, infelizmente, verdade. Mas não menos verdade é a questão com que Catarina Martins confrontou António Costa no Parlamento.

É justo que os gestores recentemente nomeados para a CGD recebam os salários anunciados? É justo que o presidente da CGD receba 423 mil euros anuais (30 mil mensais) num país como Portugal onde o salário médio é vergonhoso e onde se tentam contratar médicos e professores a preço de saldo? É justo que tal salário seja independente de metas alcançadas? Se os salários fossem condicionados pelo facto de serem atingidas determinadas metas previamente fixadas, poder-se-ia, ainda que a muito a custo e com muita benevolência, aceitar tal facto, mas sem condicionantes e sem objectivos, tal situação é absolutamente inadmissível. Sinceramente não consigo entender esta forma de actuação do governo de António Costa.  

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Discriminação nas Escolas

Um estudo recente apontava para a discriminação em Portugal nas avaliações aos estudantes estrangeiros ou de áreas problemáticas. No mesmo sentido, investigações nos EUA concluíram que os alunos afro-americanos, hispânicos e do sexo feminino tinham classificações entre 10% e 20% superiores nos exames ou testes, se os professores não tivessem acesso à sua identidade.   

As consequências na vida profissional foram estudadas concluindo-se que os jovens que foram discriminados durante o período escolar possuíam menos probabilidades de obterem um diploma e auferiam salários, entre 20% e 40% inferiores aos restantes. 

O governo deveria dedicar maior atenção aos estudos supracitados.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim,

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