PS reafirma que o Governo chegou ao fim

Seguro faz declaração ao país logo a seguir a Passos Coelho.

Foto
Semedo defende que a TAP é "uma riqueza nacional" que deve manter-se pública Daniel Rocha

O líder do PS, António José Seguro, faz esta terça-feira uma declaração ao país imediatamente a seguir à do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. E é de prever que repita aquilo que foi transmitido pelo porta-voz dos socialistas: "Este Governo chegou ao fim".

João Ribeiro leu na tarde desta terça-feira um comunicado da direcção do PS em que é afirmado que, “devido à crise política com a demissão de Paulo Portas, este Governo não tem condições para continuar”.
João Ribeiro revelou ainda que o secretário-geral do PS cancelou a sua agenda e se encontra na sede do partido, no Largo do Rato, a acompanhar a situação política e a fazer os contactos necessários.

Já João Semedo, dirigente bloquista, relembrou que o BE afirmou que “o Governo tinha morrido ontem” e reforçou que “hoje acabou a coligação”, bem como a “maioria política que sustentava o Governo”. A cerimónia da tomada de posse de Maria Luís Albuquerque como ministra das Finanças, um “episódio caricato”, fez lembrar a João Semedo “o Titanic: enquanto se afundava, a orquestra continuava a tocar”, considerando “extraordinária e contraditória” a tomada de posse no momento em que é conhecida a demissão de Paulo Portas. O Governo não tem “solução ou conserto possível”, concluiu.
 
Já Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, afirmou esta terça-feira aos jornalistas no Parlamento que o Governo chegou a “um ponto de impossibilidade de continuar”, defendendo eleições antecipadas. Para o líder parlamentar, foi a “luta da população e dos trabalhadores” que há-de “conduzir a uma política diferente”. Bernardino Soares foi breve no seu comunicado, afirmando que Jerónimo de Sousa se pronunciará após as 20h, quando o primeiro-ministro se dirigir ao país. 

Ribeiro e Castro, por sua vez, diz-se “completamente surpreendido” com demissão de Portas

O antigo líder do CDS afirma que esta situação pode significar uma “ruptura da coligação” e é “indispensável” uma convocação com “urgência” do Conselho Nacional do CDS.

José Ribeiro e Castro, ex-líder do CDS, afirmou que “nada” fazia “ anteceder uma crise de tão elevadas proporções” e que está “completamente surpreendido” com a demissão de Paulo Portas, estimando uma “ruptura da coligação” no Governo. “O órgão que tem competência para apreciar situações desta seriedade é o Conselho Nacional”, afirmou Ribeiro e Castro, considerando “indispensável” que se reúna “hoje”, se fosse “possível”.

O deputado afirmou que só poderá comentar a situação “depois de saber” o que “efectivamente” se passou. Ribeiro e Castro já criticara o silêncio no Conselho Nacional do CDS que se realizou na segunda-feira acerca da demissão de Vítor Gaspar.

“Surpreendentemente para mim, a reunião acabou rapidamente sem que o ponto da situação política tivesse aprofundamento”, descreveu.

“O CDS é, ou era, um partido de governo e com sentido de responsabilidade que espero que actue”, acrescenta o antigo líder do CDS. Ribeiro e Castro realça que as questões como “os sacrifícios pedidos aos portugueses” têm de ser “esclarecidas”. 
 

Sugerir correcção
Comentar