Autarcas respondem: Teria interesse em participar na gestão da Carris?

Almada, Amadora, Loures, Odivelas e Oeiras são autarquias abrangidas pela rede da Carris

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A Carris chega a seis conselhos da região da Grande Lisboa Bruno Almeida

Carla Tavares, Presidente da Câmara da Amadora (PS)

É uma mais valia a entrega da gestão da Carris à Câmara de Lisboa porque se mantém na esfera pública, ao invés de ser privatizada, com uma gestão mais próxima dos munícipes. É também um passo importante para a mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa. Estando a decisão e a gestão mais próxima, é uma grande mais-valia para os municípios. 

Na Amadora a Carris tem um peso significativo nos transportes públicos rodoviários, nomeadamente com uma forte presença do seu serviço junto a dois dos mais importantes interfaces do concelho (Damaia e Reboleira), o que evidencia que muitos dos seus utentes não são só de Lisboa, mas também munícipes dos concelhos limítrofes.

Existindo um excelente relacionamento institucional entre as autarquias de Lisboa e da Amadora, fulcral na intermunicipalidade dos transportes, estamos convictos que o funcionamento da Carris continuará a ter em conta as necessidades dos nossos munícipes, sendo o município da Amadora chamado a participar sempre que a Câmara de Lisboa necessitar de tomar decisões que tenham impacto no nosso território.

De acordo com a legislação em vigor e as regras comunitárias, em 2018/2019 terão de ser lançados concursos públicos para os transportes públicos rodoviários, pelo que a Carris deverá fazer parte da solução a encontrar ao nível da Área Metropolitana de Lisboa e, em particular, no concelho da Amadora.

Nesse sentido, faz todo o sentido para a Câmara da Amadora que o serviço da Carris faça parte de uma solução intermunicipal, isto é, que o nosso município tenha um papel efetivo na gestão conjunta dos serviços de transportes públicos rodoviários. 

Será através do diálogo intermunicipal que vão ser encontradas as melhores soluções que sirvam os nosso munícipes e o serviço público de transportes.

 

Paulo Vistas, Presidente da Câmara de Oeiras (Ind.)

Sim, a Câmara Municipal de Oeiras está disponível para participar na gestão da Carris, se isso se traduzir numa melhoria significativa dos serviços prestados à população e numa melhor articulação com os restantes sistemas de transporte.

 

Hugo Martins, Presidente da Câmara de Odivelas (PS)

A solução encontrada para a Carris é muito satisfatória, permitindo manter a empresa na esfera pública. É importante realçar que a entrega da Carris à Câmara Municipal de Lisboa possibilita que esta se mantenha como “operadora interna”. Caso contrário estaria sujeita a um concurso de concessão, correndo o risco de ser entregue a uma entidade privada.

Temos plena confiança na capacidade da Câmara Municipal de Lisboa em assumir, com qualidade e eficácia a gestão da Carris, vendo com muito agrado quer o plano de investimentos apresentado, quer a política tarifária proposta, a qual presta uma particular atenção às crianças e aos reformados.

Este assunto foi, naturalmente, por diversas vezes, conversado com a Câmara Municipal de Lisboa e com o presidente Fernando Medina. Lisboa não é uma “ilha”, muitos dos utentes da Carris também são munícipes dos concelhos limítrofes e por isso temos a garantia firme de que a Câmara Municipal de Lisboa nada fará de costas voltadas para os restantes municípios e que Odivelas será sempre ouvida nas decisões que, de futuro, serão tomadas e que tenham impacto no nosso concelho.

 

Joaquim Judas, Presidente da Câmara de Almada (PCP)

“Trata-se de matéria demasiado importante em que a avaliação em curso e o interesse dos Almadenses desaconselham respostas gerais, abstratas, descontextualizadas e a destempo em torno de ‘eventual’ cenário”.

 

Bernardino Soares, Presidente da Câmara de Loures (PCP)

Há muitas formas de resolver esse problema, é preciso é que haja vontade política para o fazer. Nós estamos abertos a discutir as soluções no sentido de garantir que haja, de facto, participação [nas decisões]. Quando se decide que uma carreira que passa por vários municípios tem menos autocarros ou mais autocarros [é preciso] que os municípios afectados por essa decisão possam ser envolvidos nela. [A participação na gestão] É matéria que não está em cima da mesa neste momento e qualquer proposta nesse sentido teria de ser avaliada no momento em que fosse avaliada e nas condições em que fosse apresentada. (Declarações prestadas à SIC Notícias]

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