Assunção Cristas candidata à presidência do CDS

Depois do recuo de Nuno Melo, outra vice-presidente veio colocar-se na corrida, anunciando a decisão via Facebook

Foto
Cristas apresentou a candidatura na noite desta quinta-feira. Guilherme Marques e

"Sou candidata à liderança do CDS". Num curto post, a ex-ministra da Agricultura Assunção Cristas anunciou a sua decisão, pouco mais de três horas depois do eurodeputado Nuno Melo ter declarado, na sede do partido, que não avançava à sucessão de Paulo Portas.

"A decisão foi amadurecida com a minha família e amigos, e beneficiou do conselho e do estímulo de muitas pessoas de dentro e de fora do CDS. A todos muito obrigada!", escreve Assunção Cristas, remetendo para as 20h mais explicações sobre a sua candidatura.

"Logo à noite terei oportunidade de explicar as razões que me levam a dar este passo e nas próximas semanas, com a colaboração de todos, prepararei uma moção sólida para levar ao congresso do CDS. Esta é uma caminhada que faremos juntos, com tranquilidade e muito entusiasmo! Por Portugal. Sempre", remata a vice-presidente centrista, muito próxima de Paulo Portas.

 Vários órgãos e comunicação social avançaram que Nuno Melo e Assunção Cristas conversaram esta quinta-feira de manhã, antes da declaração que o eurodeputado agendara para o meio-dia, na sede do partido. Certo é que, depois da entrevista que deu à RTP3, na quarta-feira à noite, em que deixava em aberto as duas possibilidades, o também vice-presidente do partido anunciou que não concorre no próximo congresso do CDS a 12 e 13 de Março.

Nessa declaração, Melo disse que “há pessoas em melhores condições” e que a desilusão causada pela sua desistência será o “preço a pagar” para o CDS “não se balcanizar”, e assumiu-se como “factor de união”, declarando antecipadamente o apoio a Assunção Cristas.

A sucessão à liderança será decidida num congresso electivo, um modelo em que os apoios das bases são mais voláteis do que em eleições directas. A candidata tem, para já o apoio do presidente da distrital de Leiria, Manuel Isaac. Leiria foi o distrito em que Assunção Cristas foi cabeça de lista de candidatos a deputados ao Parlamento 

Natural de Luanda, Angola, Assunção Cristas entrou para o partido pela mão de Paulo Portas que a indicou para a comissão política em 2007, depois de a ter visto num debate televisivo a defender o ‘não’ à alteração da lei do aborto.

No congresso seguinte, em 2009, é eleita vice-presidente. Em 2011, após as legislativas e a coligação PSD/CDS, é convidada por Portas a ocupar o lugar de ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, um super-ministério, que é reduzido à pasta de Agricultura e Mar na remodelação governamental realizada após a crise do irrevogável. Com 41 anos, é licenciada em Direito e tem um doutoramento em Direito Privado. Actualmente é deputada na Assembleia da República. 

Elogios de Hélder Amaral e Telmo Correia
O vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP Hélder Amaral manifestou já o seu apoio à candidatura de Assunção Cristas à liderança do partido, enquanto Telmo Correia considera que a antiga ministra "é a escolha mais forte".

Questionado pelos jornalistas na Assembleia da República, antes de Assunção Cristas ter anunciado publicamente que será candidata, Hélder Amaral afirmou que a vice-presidente do partido "é uma excelente candidata", e que pode contar com o seu apoio. "Sim, claro que sim", respondeu.

Quanto à decisão de Nuno Melo de não se candidatar à liderança do partido, Hélder Amaral afirmou não estar surpreendido, escusando-se a fazer mais comentários.

Questionado sobre se Assunção Cristas seria uma boa candidata, Telmo Correia atestou que "sobre isso não há grandes dúvidas". Telmo Correia vincou que "a doutora Assunção seguramente será uma boa candidata", acrescentando que a centrista é "o nome mais forte e a escolha mais forte que o partido pode fazer".

"Eu acho que, obviamente, por alguma razão, o país, a comunicação social e o partido apontavam estes dois nomes [Assunção Cristas e Nuno Melo] como os nomes mais fortes nesta corrida, neste momento e nestas circunstâncias", afirmou o também vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP aos jornalistas, também antes de a deputada anunciar a intenção de ser candidata a líder do partido.

Relativamente a Nuno Melo, Telmo Correia considerou que "não houve nenhuma desistência". "O doutor Nuno Melo anunciou só que não apresentava candidatura, para ter desistido era preciso que tivesse apresentado primeiro", disse.

Telmo Correia afirmou, ainda, que não se candidatou ao cargo porque havia "dois nomes mais fortes neste momento". com Lusa

 

Sugerir correcção
Ler 10 comentários