Assis defende “compromissos” mas afasta “extremistas” à direita e esquerda

Medidas relacionadas com o emprego continuam a gerar resistência na Convenção do PS que discute o programa eleitoral.

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Adriano Miranda/arquivo

O defensor mais acérrimo da procura de consensos ao centro no PS, o eurodeputado Francisco Assis, insistiu este sábado na Convenção socialista na necessidade do seu partido fazer acordos com outras áreas políticas.

Sem renegar as suas posições, defendeu no entanto, que o espaço para esse esforço deveria ser limitado. Por um lado, fechou a porta aos representantes das actuais políticas da coligação governativa, enquanto que do outro recusou alianças com partidos como o PCP. "Não pode haver compromissos com esta direita extremista que já nem sequer representa larguíssimos sectores da direita tradicional portuguesa. Foram eles que se excluíram e que estão fora dos avanços que se estão a verificar na Europa. Mas também é preciso termos um discurso claro para muitos portugueses que, desiludidos, frustrados, quantas vezes desesperados, tendem a ir no canto de sereia das propostas deliberantes da extrema-esquerda”. O eurodeputado, que apoiou António José Seguro nas eleições internas que conduziram António Costa à liderança do PS, desafiou Costa a demarcar-se dos partidos que viram as “costas à Europa”. A sua intervenção foi mais centrada nos desafios à escala europeia.

O secretário-nacional João Galamba assumiu a tarefa de atacar o extremismo do Governo nas áreas da Economia e Emprego. "Se há marca deste Governo, para além do radicalismo [ideológico] e da incompetência, é a desfaçatez de encobrir e mentir", disse, numa alusão à forma como o Executivo PSD/CDS interpreta a evolução do emprego em Portugal ao longo dos últimos anos.

Mas sobre as medidas relacionadas com o Emprego, o sindicalista José Abraão subiu ao palco para assumir as suas reticências. Referindo-se ao programa eleitoral, reconheceu que o documento tinham “medidas” que justificavam a sua “preocupação” e acarretavam “riscos”. E por isso deixou entendido que essas propostas teriam de ser alvo de “negociação”.

Para Helena Roseta ficou a tarefa de falar para o país. A agora independente sugeriu ao líder do PS que os candidatos do partido assumissem uma postura mais transparente para marcar a diferença nas eleições, assinando um “compromisso ético com os valores da República, os direitos sociais e a decência" e que se deveria mesmo estender depois a membros do Governo e outros servidores públicos.

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