As grandes batalhas autárquicas também se medem em dinheiro

Os orçamentos dos partidos já foram divulgados pelo Tribunal Constitucional (esta quarta-feira são conhecidos os das coligações). Pelos números é possível ver quais serão as principais apostas das forças políticas. A CDU, por ser aliança, ainda fica de fora destas contas.

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PAN quer eleger uma vereadora na capital Enric Vives-Rubio

Lisboa é dos concelhos mais importantes, em termos autárquicos, tanto à esquerda como à direita. Mesmo que isso não se veja nas escolhas dos candidatos, vê-se nos números dos orçamentos. Para o PSD, que concorre sozinho, esse é o município onde será investido mais dinheiro: quase 180 mil euros. Para o Bloco, que prevê gastar metade da verba dos sociais-democratas - 90 mil euros - também. Já no caso do PS, à frente da autarquia lisboeta desde 2007, a aposta mais importante é o Porto (mais de 360 mil euros) - Lisboa surge em terceiro lugar, com uma campanha que deverá custar perto de 250 mil euros.

Os orçamentos dos partidos, das coligações e dos grupos de cidadãos já foram depositados no Tribunal Constitucional no início de Agosto, mas a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos continua a levar a cabo a sua compilação online, tendo apenas divulgado as contas dos partidos (para esta quarta-feira estão previstas as das coligações). Os dados já disponíveis permitem fazer uma primeira análise e revelar as apostas mais fortes das forças políticas com assento parlamentar, pelo menos a nível financeiro. A CDU terá de ficar para uma segunda fase. 

Partido Socialista

Do lado do PS, que destinou uma verba de 14,7 milhões de euros para as autárquicas de 2017 (uma redução de 28,4% face a 2013) as três apostas mais "caras" são Porto, Vila Nova de Gaia e Lisboa, onde concorrem Manuel Pizarro, Eduardo Vítor Rodrigues e Fernando Medina, respectivamente. Destes, só o primeiro não é já presidente de câmara, apesar de ter sido o número dois de Rui Moreira até Maio. Nestes três municípios, o PS vai gastar quase um milhão de euros (914 263).

Seguem-se Matosinhos, onde há três candidatos oriundos da esfera política do PS, Cascais Gondomar, Guimarães, Coimbra, Vila Franca de Xira e Amarante, por esta ordem de importância. Este é o Top 10, para o PS, sem contar com o Funchal, autarquia à qual o partido concorre integrado numa vasta coligação que tem o independente Paulo Cafôfo, actual presidente, à cabeça.

Partido Social Democrata

O maior investimento do PSD sozinho vai para a candidatura de Teresa Leal Coelho, em Lisboa. Cascais, Sintra, Oeiras, Porto, Odivelas ou Coimbra são seguramente outros concelhos com grande investimento financeiro, mas como o partido se apresenta coligado, os gastos ainda não estão disponíveis. Em segundo lugar, os sociais-democratas apostam em Santa Maria da Feira (o presidente que se recandidata é Emídio Sousa, também líder do Conselho Metropolitano do Porto) e logo a seguir no Funchal (onde Rubina Leal deixou o governo para entrar na corrida autárquica), com 145 mil euros e 112 mil. 

Bragança e Vila Real são os concelhos que ocupam a quarta e quinta posição nas apostas do PSD, com 88 e 85 mil euros para gastar. A seguir vêm Mafra, Ponta Delgada, Póvoa de Varzim, Paredes e Viseu. No total, os sociais-democratas apresentam um orçamento de 8,8 milhões de euros, menos 2,2 milhões do que há quatro anos.

Bloco de Esquerda

No caso do Bloco de Esquerda seria de esperar que todos os esforços fossem para recuperar a Câmara de Salvaterra de Magos, perdida para o PS em 2013. Mas não é assim. Dos 1,3 milhões de euros que prevê gastar este ano, o Bloco apenas vai dedicar 12 mil euros (um pouco menos, aliás) à candidatura de Salvaterra, liderada pela ex-autarca Ana Cristina Ribeiro - em termos de prioridades financeiras, surge em 36º lugar.

Lisboa (90 mil euros), Porto (57 mil) e Seixal (26 mil) são as três principais apostas, com Ricardo Robles, João Teixeira Lopes e Luís Cordeiro (actual vereador) a liderarem candidaturas. Setúbal, Braga, Leiria, Viseu, Santiago do Cacém, Torres Novas e Santarém vêm a seguir. Em Almada, onde curiosamente o Bloco concorre com a deputada Joana Mortágua à Câmara Municipal, os custos deverão ficar-se pelos 2958 euros.

CDS-PP

Alguns dos municípios em que o CDS mais vai investir são autarquias que pertencem, ou já pertenceram aos centristas. Como Ponte de Lima, que terá a segunda campanha mais cara (45 mil euros, logo depois do Funchal, com pouco mais de 60 mil). Albergaria-a-Velha e Vale de Cambra são outras apostas fortes. Mais uma vez, Lisboa, Porto, Cascais ou Oeiras estão fora da contabilidade porque são câmaras a que o CDS concorre coligado (só com o PSD assinou 95 alianças) ou a apoiar um grupo de cidadãos (caso do Porto e de outras 13 autarquias). No total, o CDS vai gastar 1,8 milhões de euros com 166 candidaturas próprias. 

Pessoas - Animais - Natureza

Com apenas 80 mil euros para gastar, o PAN concorre a 32 municípios e tem como objectivo eleger o primeiro vereador em Lisboa, que por acaso é uma mulher: Inês de Sousa Real. Coerentemente, é em Lisboa que o PAN conta gastar mais dinheiro - quase 23 mil euros - seguindo-se o Porto, Sintra, Cascais, Gaia e Almada. 

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