América Latina, Europa e África são prioridade estratégica para Portugal

Antigo alto-comissário para os refugiados e candidato a secretário-geral da ONU afirma que o mundo deixou de ser unipolar e bipolar.

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António Guterres, do Alto Comissariado para os Refugiados, juntou-se ao subsecretário da ONU para os assuntos humanitários, Stephen O'Brien, para lançar o Apelo Humanitário 2016 Denis Balibouse/REUTERS

O candidato português às Nações Unidas, António Guterres, defendeu esta terça-feira que a relação América Latina-Europa-África é “uma prioridade estratégica fundamental” para Portugal, mas sublinhou também que a afirmação deste triângulo a nível mundial é fundamental para ultrapassar conflitos. <_o3a_p>

“Este é o momento em que para nós, em Portugal, este triângulo representa inevitavelmente uma prioridade estratégica fundamental”, sustentou António Guterres, numa mensagem divulgada através de vídeo durante a sessão de abertura do segundo dia do “V Encontro “Triângulo Estratégico – América Latina, Europa, África”, que decorre em Lisboa. “É em larga medida pela afirmação deste triângulo no quadro mundial que será possível ultrapassar as dificuldades evidentes que temos em prevenir conflitos, em resolver conflitos à escala mundial e em garantir que o desenvolvimento é inclusivo e sustentável, permitindo que todos os cidadãos beneficiem daquilo que é um progresso tecnológico vertiginoso, mas que apesar de tudo tem sido fortemente limitado pelo agravamento das desigualdades à escala internacional”, afirmou, acrescentando: “O triângulo é uma esperança da Humanidade”.<_o3a_p>

Guterres referiu que o mundo já deixou de ser bipolar ou unipolar e as relações de poder caminham agora para multilateral. No entanto, “importa, para que o mundo multipolar possa ser um mundo de paz e de equilíbrio, que haja também o desenvolvimento de formas multilaterais de gestão dos problemas mundiais”, considerou, ressalvando que o “triângulo estratégico América Latina-África-Europa pode ter aqui um papel verdadeiramente decisivo”.<_o3a_p>

Actualmente, os três vértices deste triângulo “conhecem algumas dificuldades no plano económico”, mas o antigo alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados acredita que há razões para “encarar o futuro com confiança”.<_o3a_p>

António Guterres apontou que África “é muitas vezes vista tendo em conta a fragilidade de alguns Estados ou certos conflitos”, mas “a verdade é que é o continente que mais cresceu economicamente na última década e em que se verificaram um conjunto de situações de enorme êxito, quer no desenvolvimento económico e social, quer na consolidação das instituições democráticas”. <_o3a_p>

Por outro lado, também a América Latina registou “êxitos económicos assinaláveis” nos últimos anos, e é hoje “um continente de paz, de direitos humanos e de desenvolvimento democrático exemplar”. <_o3a_p>

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