Voltar para o papel

Para além do Guardian, o único jornal britânico bem escrito e informado é o Financial Times. É verdade que gasta muitas páginas (que surpresa) a falar de economia e de finanças. Até enche algumas com citações das bolsas. Mas o que resta – sobre livros, as artes, política, jardinagem – chega perfeitamente para os leigos.

Quando há uma oferta especial assino o FT em formato digital. Este mês passou o prazo experimental e debitaram-me 51,50 euros pela assinatura do próximo mês. Achei muito caro – pela razão que já vou explicar – e mandei-lhes um mail a pedir-lhes que a cancelassem o mais depressa possível.

No dia seguinte responderam-me a dizer que a assinatura tinha sido cancelada. Ao contrário de outros jornais, não fizeram choradinhos, propostas mais baratas ou pedidos de preenchimento de um questionário para saberem as razões da desistência.

E, espantosamente, sem qualquer pedido da minha parte, devolveram-me imediatamente os 51,50 euros. É um comportamento digno de louvor. O FT tem tido êxito (e lucros) a converter assinantes em papel para o formato digital não só por causa da excelência, elegância e rapidez do ft.com mas, também, pela decência com que trata os potenciais assinantes.

Gosto mais de comprar o FT Weekend em papel, aos sábados, por apenas 4 euros. Quando disse à Maria João que ia voltar ao papel ela avisou logo que eu ficaria responsável pela remoção da papelada. Como os tempos mudaram! Primeiro ri-me e depois deu-me vontade de chorar.  

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