Cartas ao director

Corrupção na Força Aérea

É bem conhecido o caso de sobrefacturação de despesas de alimentação em algumas unidades da Força Aérea (FAP). Foram detidos alguns elementos em Novembro de 2016 e outro grupo mais recentemente. Na realidade, a FAP tinha conhecimento do problema há mais de dois anos, por iniciativa de um oficial da Base de Monte Real mas, estranhamente, não iniciou qualquer processo de averiguações para apurar a verdade. Acresce que a inércia (ou inépcia?) da FAP continua a verificar-se porque não está a cumprir o preceituado no Art.º 20 do Estatuto dos Militares que estipula que, quando militares forem objecto de processo na Justiça, o respectivo Ramo deve providenciar apoio jurídico.  

A sensação de abandono que estes militares sentem é agravada pelo facto de lhes ter chegado a informação de que alguém, a alto nível na FAP, teria desaconselhado que os presos fossem visitados. A prova, embora indirecta, é que, a partir de certa altura, as visitas de camaradas praticamente cessaram.

Como em qualquer processo com um número elevado de arguidos, haverá diversos graus de culpabilidade e, até, porque não?, inocentes. No entanto, quer o Ministério Público, quer o juíz que os ouviu parecem ter aceitado como digna de todo o crédito a denúncia efectuada por um dos arguidos (talvez para beneficiar o seu próprio caso) implicando os mais altos responsáveis na cadeia de abastecimento da FAP. Assim, e sem verdadeiro escrutínio, foi decidido que os “arguidos militares”, considerados em bloco, iriam para o Presídio Militar de Tomar em regime de prisão preventiva, com o argumento de evitar a perturbação do inquérito. Em contraste, os arguidos civis, ou seja, os alegados corruptores, estão na situação de “Termo de Identidade e Residência”. Será que o argumento de evitar a perturbação do inquérito não se aplica neste caso?

A FAP tem de perceber que o dever de tutela não cessa pelo facto de estes seus militares estarem presos em Tomar.

José Augusto V. Oliveira Simões. Oeiras

 

Incongruências deste país

 Li na net que as câmaras de Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra não têm Plano Municipal de Defesa da Floresta. Este facto não tem tido qualquer relevância na comunicação social.

Quanto à limpeza da floresta, dos matos em redor das habitações, mais vale pagar a multa que é irrisória do que custear a limpeza. O eucalipto todos os anos tem rebentos…E a limpeza das bermas das auto-estradas que as concessionárias não fizeram?

A comunicação social, em particular as televisões, dão pouca ou nenhuma relevância à fauna e flora selvagens perdidas. Há aves e mamíferos esfomeados, feridos, mortos e nenhuma relevância é dada aos poucos Centros de Recuperação de Animais Selvagens.

Quanto à seca extrema o regadio de Mira (barragens de Santa Clara e Rocha) lança para o mar, desperdiça milhões de metros cúbicos de água por dia e não há uma reportagem televisiva que vá à região e entreviste, por exemplo, membros da Associação de Regantes.

José Raimundo Correia de Almeida, Santo António dos Cavaleiros

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