Cartas ao director

Coração catalão

O coração da capital catalã bate contra o terror radical islâmico. Entre a praça da Catalunha e o mar Mediterrâneo, o atentado nas Ramblas que matou 14  pessoas e feriu mais de 100 derrotou qualquer referendo pela independência da Catalunha. Os apelos à unidade multiplicam-se colocando de lado as querelas partidárias que sufocam a democracia do país vizinho. Todos somos catalães. Todos somos sírios. Todos somos palestinianos. Todos por todos. O mundo deve unir-se contra o terror.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

 

Barcelona

Estou a viver os atentados de Barcelona de perto. Estava a 50/100 metros do local dos atentados. Como toda a gente: primeiro estupefacto; depois a correr como os outros; a seguir a esconder-me e a tentar safar-me. Depois grande confusão e, sorte das sortes, finalmente em casa, a tranquilizar a família. Há muitos anos eu desfruto desta cidade. Não conheço outra cidade no mundo que se apresente tão tolerante, cosmopolita e capaz de uma integração igual. Assim, nunca imaginei um caso como este. Agora, depois disto:como posso compreender o mundo que vivo?

 Gens Ramos, Porto

 

Os incêndios e os incendiários

O tema sempre foi alvo de preocupação, sendo que desde o ano transacto até ao momento actual tudo se agudizou no terreno. Importa, por isso, realçar o epicentro da maioria dos fogos que assolam o nosso país proporcionando um panorama devastador (…) sem precedentes. E, não obstante as adversas condições climáticas, morfológicas e as lacunas, que são do domínio público, acresce que a generalidade das circunstâncias incendiárias, no meu entender, continuam a ser provenientes do comportamento de cidadãos sem escrúpulos. Algo que a Polícia Judiciária, na segunda-feira, confirmou ao dar conhecimento da detenção de 60 pessoas pelo crime de incêndio florestal, equivalente ao dobro dos detidos no período homólogo de 2016. Enfim, tenhamos esperança que, doravante, uma parte substancial do problema tenha solução.

Manuel Vargas, Aljustrel

 

Um país colorido

Portugal está tingido pelo vermelho dos incêndios que levam vidas humanas, animais de companhia, de trabalho e de alimentação, destrói-lhe as casas, os celeiros, as hortas e as florestas, seca-lhes os olhos e tapa-lhe as vias respiratórias. Uma calamidade. Enquanto isto, umas cores partidárias, sem senso, inoportunas, sem classe, sem nada que acrescente à diminuição do sofrimento das pessoas tingidas pela voracidade dos fogos, vão sujando a sociedade com uns salpicos duma pintura borrada. Há momentos na vida que devemos parar para ver se o passo a seguir é seguro e se não magoa o vizinho. Falar por falar, sem consequências, só nas feiras aonde se vende de tudo, tanto um chouriço como uma regueifa ou um lenço de pescoço; tudo serve, menos o aproveitamento das dores alheias.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

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