Cartas ao director

Paulo Macedo e a Caixa

Despedidos ou dispensados largas dezenas de trabalhadores, encerrados alguns balcões no Portugal profundo e abandonado, agravadas as taxas e comissões de gestão de contas dos indefesos depositantes, o inflexível Paulo Macedo caminha a passos largos para alcançar o desejado equilíbrio financeiro da Caixa Geral de Depósitos, depois de receber uma importante ajuda de fundos públicos que, triste sina a nossa, voltou a sair dos bolsos emagrecido dos contribuintes!

Refúgio dourado com abastadas mordomias para políticos em debandada durante muitos anos, abalada recentemente por deploráveis episódios de nomeações de gestores mais preocupados com os seus privilégios pessoais do que com os reais objectivos da instituição,  o banco público não teve ainda coragem de prestar aos contribuintes aquilo a tem direito e que é a lista dos responsáveis e a dimensão da bancarrota!  

José Manuel Pavao, Mirandela

 

Incêndios florestais

Os efeitos catastróficos dos incêndios florestais, têm maior impacto quando se perdem vidas humanas. Os efeitos destes sinistros, serão menos resultado do tipo de actuação do governo vigente, e mais de factores aleatórios, i.e. causas da ignição, localização e meteorologia. A responsabilidade destes fatalismos sazonais é transversal a todos os governos pós-25 de Abril, e nada de fundo, estrutural foi realizado até hoje para minimizar as suas consequências. É triste ver políticos a cavalgar a crista destas fatalidades com críticas na maioria estéreis, no anseio de ganhos, quando deveriam apelar à união de esforços na mobilização dos cidadãos no sentido construtivo, não abolindo a crítica construtiva.

A vulnerabilidade de Portugal aos incêndios não é de constatação recente. A florestação desordenada o clima mediterrânico a desertificação do meio rural, desencadearam alertas a partir 1965 pelos engenheiros florestais Moreira da Silva, Vasco Quintanilha e Ernâni José da Silva (in PÚBLICO de 19-6-2017).

António M. Rosa, Queluz

 

Muito por esclarecer

A opinião pública é justificadamente alertada para a gravidade deste flagelo estival que destrói as nossas florestas e muitas casas lá disseminadas.  As condições locais aparentemente não variaram este ano: calor intenso, humidade mínima, ventos fortíssimos e irregulares, terrenos acidentados e intervenções criminosas, talvez doentias. Que se passa então de diferente dos anos anteriores?  Numa época em que proliferam agentes ligados ao terrorismo internacional, será que se está a considerar devidamente tal hipótese? Porquê há tanto silêncio sobre as causas dos incêndios? Sintomático também que algo semelhante esteja a suceder este ano na França, Espanha e Itália. Há que encarar cada vez mais, entre outras medidas de prevenção, o patrulhamento militar intensivo das nossas matas nos meses de verão.

António Catita, Lisboa

 

Sugerir correcção
Comentar