Cartas ao director

Os subsídios dos ciganos

As palavras do candidato, André Ventura, à autarquia de Loures pelo PSD relativamente ao tema são no mínimo abusivas e polémicas. Algo que a maioria das vozes políticas contextualiza como uma declaração racista e xenófoba. Todavia, embora todas as opiniões mereçam o meu devido respeito, estou convicto que doravante importa encontrar uma solução perante a sua complexidade. Na verdade, a essência factual insere-se, na generalidade dos casos, na indiferença e constitui um imbróglio, até ao presente, sendo necessário trabalhar em prol de uma maior equidade, isto é, na base dos direitos e deveres. Por isso, há que assumir o desafio da inclusão, quer ao nível socioeducativo como laboral, para que ninguém possa viver à margem da lei e sem respeito pelas regras do Estado de direito.

Manuel Vargas, Aljustrel

 

 

Afinal, Salazar era um homem de bom senso

Ao tomar conhecimento que o actual Governo, alegando um "procedimento de excepção para situações de excepções" impediu declarações dos comandantes de bombeiros, lembrei-me daqueles que pagaram com a prisão, com o desterro no Tarrafal, o exílio, torturas e com a própria vida durante a ditadura Salazarista lutando pela liberdade de expressão. Desconheço os motivos que levaram o ditador a coarctar essa liberdade, no entanto, e como a vida nos ensina, tudo tem um começo e a expressão "situação de excepção" dá para tudo. O que virá a seguir? E já agora, imaginemos que esta perigosa ideia tinha sido dum Governo de Passos Coelho? Que diria a oposição? É que pelo que tenho lido, os geringoncistas que apoiam o actual governo, acham ser uma questão de bom senso - evitam-se assim boatos que até levam à morte. E lá me lembrei novamente dos cegos e para não me repetir, vou citar desta vez Saramago – Penso que estamos cegos, cegos que vêm, cegos que, vendo, não vêem.

Jorge Morais, Porto

 

Lei da rolha?

O quartel-general da ANPC – Autoridade Nacional de Protecção Civil -, que está localizado na centralizadora Lisboa, decidiu chamar a si todas as informações, acerca da calamitosa e mortífera ‘estação’ dos incêndios, que todos os anos devora o país.

Logo, a Liga dos Bombeiros Portugueses, através do seu presidente, ficou muito chocada por lhe terem tirado o pio. E, de imediato, o principal opositor ao governo apodou tal situação – de boca calada – de lei da rolha.

Eu chamar-lhe-ia de lei do bom senso, para não acontecer como aquele triste episódio protagonizado precisamente por Passos Coelho, ao afirmar que já tinham havido suicídios por falta de apoio social e psicológico às vítimas de Pedrógão, em informação erradamente obtida através de um seu correligionário a concorrer a uma câmara municipal local, para logo ser desmentido por fonte fidedigna de que tal afirmação passista era um verdadeiro logro.

Resumindo, quando de propósito e erradamente se fala, não entra mosca! Dizem-se asneiras!

José Amaral, Vila Nova de Gaia

 

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