Cartas ao director

Uma carta de um professor

Passámos esta semana por mais uma greve de professores, neste caso dos professores do nosso ensino básico e secundário. Nas principais reivindicações estão o descongelamento da carreira e aposentação, para além da definição da componente lectiva (cl) e componente não lectiva (cnl). Exemplo: idade: 60,5 anos; anos de de desconto para aposentação: 46 anos; actual posição na carreira: 4º escalão (como é possível depois de 27 anos de trabalho como professor e ter ingressado nessa carreira com o grau de licenciatura; por que estamos em Portugal, claro). Habilitações na entrada para a profissão docente: licenciatura. Número de alunos neste ano lectivo: 120; acrescente-se mais 8 horas de horário não lectivo com dinamização de ateliers, coordenação de grupo docente e espaço de controlo disciplinar de alunos; e, depois a neutralidade de todos os encontros e reuniões, visitas de estudo e projectos de actividade extracurriculares. Por fim, toda a preparação/planificação de aulas e restantes actividades. No fim disto tudo a remuneração: 1300 e poucos euros. Porque não faço greve? Seria penoso no fim do mês receber ainda menos e, as injustiças são tão grandes e inúmeras entre os pares desta profissão que a solidariedade já não conta.

Gens Ramos, Porto

 

Creche e (des)aparece

José António Cerejo está de parabéns por revelar aspectos menos conhecidos da relação do Estado com a intrincada “rede solidária” das Instituições de Solidariedade Social (IPSS) . O caso das creches (PÚBLICO, 26 de Junho) é de palmatória. Quando acordos de cooperação e financiamento paralelam com a incorrecta declaração de rendimentos e património em sede de IRS beneficiando detentores de altos proveitos, algo vai mal na gestão do  Instituto da Segurança Social. O ISS é célere a reclamar os créditos da Segurança Social em sede de processos de insolvência e de execução nos planos fiscal, cível e laboral.

 Ademar Costa, Póvoa de Varzim

 

As casa destruidas pelos incêndios

 Já muito se disse sobre a enorme tragédia que se abateu sobre as populações de Pedrógão Grande e  regiões próximas. A mobilização das populações na ajuda em bens alimentares e outros tem sido notável. Há porém algo que penso estar a falhar... Muitos ficaram sem casa e agora como vai ser? Quem os vai ajudar a recuperar essas habitações? O Inverno não tardará aí e não têm tecto. O Estado poderia dar uma ajuda mobilizando o Exército para essa reconstrução em colaboração estreita com as autarquias e sem complicações burocráticas recorrendo, se necessário, a casas pré-fabricadas

Branca Silva, S. João do Estoril

 

 

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