Cartas ao director

Um sonho de Verão

Sonhei que o Governo tinha mandado às malvas os centralistas e regionalistas de ocasião, substituindo as candidaturas de Lisboa e do Porto à sede da Agência Europeia do Medicamento pelas cidades da Covilhã e Vila Real. Era hora de alavancar o interior, acabar com as assimetrias regionais, e a cidade serrana, com uma pujante universidade contendo o curso de Ciências Farmacêuticas, uma boa auto-estrada e o aeródromo de Castelo Branco nas proximidades, podia ser uma boa solução. Surgia também Vila Real, com a não menos famosa Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, um aeródromo e boas acessibilidades, onde se destaca o túnel do Marão, a maior infra-estrutura rodoviária do género na Península Ibérica. Depois acordei ao som da guerrilha de caciques políticos e seus peões que dividem o país em Norte e Sul e verifiquei que aquilo não tinha passado de um sonho de início de Verão.

Emanuel Caetano, Ermesinde

O triângulo da morte

As terras de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos foram o triângulo da morte mais tenebrosa de todas as mortes. Um incêndio vindo do nada, que terá tido o seu epicentro nos arrabaldes da pequena aldeia de Escalos Fundeiros, transformou tudo por onde passou numa sanha dantesca de dor, morte, destruição e cinzas. Eu, pobre e indefeso ser, contemplando a impotência do ser humano perante desígnios naturais que talvez pudessem ter sido evitados, fiquei apático, incapaz de escrever fosse o que fosse. [...] Que Deus — onde estavas naquela fatídica tarde? — dê paz aos mortos, dê melhoras aos hospitalizados, e que todos nós saibamos ultrapassar o que para muitos compatriotas é difícil de superar.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Endividamento e produtividade

Os números divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) para o triénio 2017/2019 devem ser analisados com a máxima atenção. No último boletim económico do BdP é salientado o “baixo nível de capital produtivo por trabalhador” e “o forte endividamento dos agentes económicos”. Não se compreende como os trabalhadores portugueses no estrangeiro são tão acarinhados pelo forte desempenho produtivo. O elevado endividamento da generalidade das empresas significa que os agentes económicos contraem avultados empréstimos. Com os baixos salários pagos na pátria lusa, afinal, são os trabalhadores ou o patronato que vivem acima das suas possibilidades?

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Segurança nacional

Repetem-se os incidentes com os drones e a aviação civil. Numa época em que o terrorismo é uma preocupação das nações, deixar que estes brinquedos (?) possam interferir com aviões em rota de aterragem ou, pior ainda, que eventualmente possam servir para bombardearem os palácios da Presidência, da AR ou do PM, tirar fotos aéreas sem autorização, atacar qualquer navio de cruzeiros, é potencialmente perigosíssimo. E só estamos à espera de um grande desastre para que se tomem medidas sobre o assunto... [...]

Duarte Dias da Silva, Lisboa

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