Cartas ao director

Pedrógão Grande aos olhos de uma pedroguense

 [...] Sou pedroguense e conheço os de lá, conheço o rasto dos que partiram e antevejo o presente e o futuro de quem "insiste" em ficar. E o que se destaca aos olhos de uma "pequena" geógrafa são as diferenças sociais e a forma como os "pequenos" de Pedrógão Grande (e de outros tantos "Pedrógãos" a Norte-Sul, Este-Oeste) foram vedados à tese do "determinismo ambiental". Porém, nas últimas décadas a paisagem mudou de uma forma tão rápida como dramática. [...] Ah, fosse este eucaliptal que explosivamente arde estar densamente e de forma desordenada instalado às "portas de Lisboa" e hoje mesmo se arrancariam as touças para dar lugar a uma paisagem humanizada mais digna... com Marcelo a dar o ponta pé de saída, claro!

Dora Ferreira, Pedrógão Grande

Será verdade?

Li num órgão de informação que há vária legislação sobre a questão dos incêndios parada na Assembleia da República e que os senhores deputados entram de férias no próximo dia 28 deste mês, e essa legislação corre o risco de ficar mais uns tempos largos na gaveta. Isto é verdade? Se é verdade, eu não autorizo esses senhores deputados a serem meus representantes, e a falarem em meu nome.

José Bartolomeu, Lisboa

Por que não eleições antecipadas?

Por que não, senhor Presidente da República? O que está a acontecer no país, com os fogos, é na realidade uma irresponsabilidade do primeiro-ministro e de todo o seu Governo! E são de bradar aos céus as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a tragédia de Pedrógão Grande: desresponsabiliza toda a gente e o que se fez “foi o máximo que se poderia fazer”. Aqui apelo ao Presidente da República que, face a esta enorme tragédia em que morreram crianças, idosos e muitas famílias [...], convoque eleições antecipadas e que o país tenha novos governantes [...]

Tomaz Cardoso Albuquerque, Lisboa

A floresta portuguesa

Está tudo à vista, os anos sucedem-se, os fogos repetem-se, em especial nos verões, atingindo a floresta portuguesa, quase toda privada. São anunciadas medidas, sobretudo, de natureza legislativa, reforçam-se os meios legislativos, sacrificam-se os bombeiros, mas, no fundo, o panorama trágico não muda, agora, com perda de vidas humanas.

Há, contudo, um aspecto de que pouco se fala e que é o de colocar a floresta portuguesa no domínio da propriedade do Estado. Só o Estado seria proprietário de toda a floresta, incumbindo-lhe a responsabilidade de a tratar e de a salvar dos fogos. Diluir a responsabilidade com os privados não é solução.

Guilherme Fonseca, Lisboa

 

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