Cartas ao director

A Maria da Conceição e o Dr. António

A Maria da Conceição é uma portuguesa que salta, pula, corre e nada em loucas competições — como subir ao Everest ou o Ironman — para obter prémios que sustentem a fundação Maria Cristina, que financia os estudos de crianças no Bangladesh que estão em risco de pobreza extrema. Tomei conhecimento e tenho acompanhado este assunto no programa das madrugadas de José Candeias na Antena 1. Nas últimas notícias sobre este projecto educacional, ficámos a saber que são precisos uns poucos milhares de euros para que seja concluído e as crianças acabem os seus estudos. E lá vai a Maria da Conceição dar mais umas grandes braçadas ou escalar um monte... E, então, lembrei-me de umas notícias que estão nos jornais e nas bocas do mundo que informam que há um senhor que ganha por dia o equivalente a 13 salários mínimos mensais. Não seria possível esse senhor dar uns “milharitos” para a Maria da Conceição realizar o projecto e poder descansar? 

Maria Clotilde Moreira, Algés

Património cultural

Quando dois ciclistas tiveram o topete de desenharem uma bicicleta sobre umas figuras rupestres lá para o Norte, os media, arqueólogos, historiadores, intelectuais e cidadãos comuns por pouco que não os trucidaram. Nas marchas de S. António de Lisboa ganhou Alfama, com o título “Não toquem na minha Alfama". Com a Madragoa, Bairro Alto e Mouraria, formam um conjunto dos bairros mais antigos e castiços de Lisboa com uma cultura própria, um ambiente e uma vivência muito característica, que os tornam património cultural nacional. Com as recentes hordas de turistas a invadirem Lisboa, as gentes que vivem nestes bairros, de fraco poder económico, estão a ser expulsas das suas habitações de sempre para serem invadidas por habitações "low-cost". Não se ouve uma voz insurgir-se contra este atentado cultural! É obrigação da Câmara de Lisboa, da Segurança Social ou do Estado resolverem esta delapidação da cultura e permitir que os moradores consigam, com rendas que possam suportar, viver nos seus bairros. Ou qualquer dia nem o cheiro da sardinha assada resta, ficando no ar o perfume barato de um turismo capitalista “low-cost” de ricos de pés-descalços.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

Inimigos para quê?

Já nem sei se sou eu que procuro o ridículo em Trump, se é ele que não pára de me provocar. Todos vimos, certamente, o vídeo que grava para a posteridade aquela reunião do seu governo (com minúscula) em que se prova à exaustão a excelência da orientação que Sua Eminência (parva) imprime aos colaboradores mais próximos. Fiquei comovido com a lealdade e probidade que revelaram aqueles depoimentos livres e espontâneos de tão sublime gente. Ao mesmo tempo, apavorado com o caos que chega da Rússia, Trump parece estar a ponderar o despedimento do procurador especial, Robert Mueller, antes que lhe traga algum amargo de boca. Como diria CR7, quem não deve não teme. Com um Presidente destes, para que é que os americanos precisam de inimigos?

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

 

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