Cartas ao director

Blanchard desmente Rousseau

Constatar que, afinal, a prioridade não deve ser o défice e que a dívida não tem de ser reduzida, como agora faz o ex-economista-chefe do FMI, não é um exercício de Economia. Trata-se, antes, de algo que tem a ver com a natureza humana. Ter obrigado, do alto da sua sabedoria e do seu poder, enquanto membro da poderosa troika, milhões de pessoas a sacrifícios indignos, só para dar razão a uma teoria que favorece os mais ricos, não é “ciência”. Infelizmente, também tivemos essa espécie de pessoas em Portugal. Agora, dizem todos não compreender o que se passou, encolhem os ombros, lamentam os conselhos do passado e nem um pingo de vergonha ou remorso pelo mal praticado. De facto, o Homem não é estruturalmente bom. Rousseau estava redondamente enganado. 

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

Portugal, país bipolar

Com a nossa bipolaridade nacional, passamos rapidamente de um estado de angústia profunda pelo nosso empobrecimento ao estado de euforia exacerbada pelo nosso enriquecimento. E como, ao longo dos nossos nove séculos de existência, já o fizemos por diversas vezes, e sempre sem desfechos aconselháveis, convirá não o fazer uma vez mais, agora em euforia de haver muito dinheiro e ter que se gastar todo a correr seja como e em que for. No passado recente, criou-nos um endividamento que ainda aqui está, do Estado de 130% do PIB e dos privados e particulares de 220% do PIB. E se voltarmos hoje a acharmo-nos ricos, estaremos tão rápida e novamente numa angústia existencial a pedir ajuda às troikas que nos “levam coiro e cabelo em juros” e nos põem, uma vez mais, quais pedintes, de gatas. (...)

Augusto Küttner de Magalhães, Porto

Armar terroristas?

Nem acreditaria se não lesse na comunicação social que “os Estados Unidos assinaram contratos para venda de armas no valor de 110 mil milhões de dólares à Arábia Saudita”. Sei que o negócio de armas é dos mais dominantes no mundo, mas vender à Arábia Saudita? O país que, perante o silêncio — se não conivência — da chamada civilização europeia e ocidental, financia o terrorismo jihadista, intervém e chacina inocentes no Iémen, trata a mulher como um ser inferior, condena à morte quem renuncie ou pratique outra religião que não a oficial, tem sanções penais trogloditas como decepar a mão dos ladrões, etc. Devo estar a ensandecer, pois não entendo como o petróleo consegue ungir de “democracia” um país destes. Ainda vou ouvir que tudo se deve à Coreia do Norte ou à Venezuela...

M. Gaspar Martins, Porto

Medicamentos inovadores...

...para o tratamento do cancro e das doenças reumáticas. Como doente oncológico há cerca de duas décadas, foi com enorme satisfação e alegria que tomei conhecimento que o senhor ministro da Saúde, Dr. Adalberto Fernandes, na minha opinião o melhor ministro deste Governo, aprovou, e bem, 51 novos medicamentos para estas patologias. (...) Muito obrigado, em meu nome, e de certeza em nome de todos os doentes que têm estas doenças.

Tomaz Cardoso Albuquerque, Lisboa

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