Cartas ao director

Almaraz traz o satanás no ventre

Acabei de ouvir numa rádio nacional que se um desastre ocorrer em Almaraz, no género de Chernobyl, porá em perigo de vida cerca de um milhão de portugueses, o que seria, de imediato, uma calamidade humana e ambiental para Portugal. E quem falava não era um tosco na matéria, era alguém ligado a tais estudos que prevêem o que de nefasto e mortal pode vir acontecer. Daqui, da minha toca, lanço um forte alerta e apelo a todas as autoridades portuguesas, já que as espanholas não nos ligam patavina, para que saibam que Almaraz traz satanás no ventre. E, se ele nascer, será um holocausto para muitos e muitos milhares de nós.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Almeida

Caro jornalista Manuel Carvalho, o seu artigo de hoje [ontem] sobre Almeida acerta em cheio. Almeida vista pela CGD e pelas elites políticas e sociais do país torna-se o símbolo do desprezo votado a todo o interior e a todo o passado nacional ao longo do qual esse interior tornou o país possível — digam o que disserem as proclamações, essas sim demagógicas, sobre as preocupações oficiais pela “interioridade”. O caso Almeida-CGD é a outra face das vagas recorrentes de fogos estivais, da degradação dos nossos solos e da nossa paisagem, do envelhecimento do nosso mundo rural findo o qual a palavra “paisagem”, que exprime uma realidade já muito combalida, deixará praticamente de ter significado, a não ser nas praias e olhando de frente para o mar. Se ainda há alguém capaz de escrever um artigo como o seu, talvez ainda possa haver esperança. As minhas felicitações.

José Carlos Costa Marques, Porto

Os “geringonços”

A “geringonça” é aquela máquina que funciona com baixa emissão de CO2, faz pouco ruído e ocupa pouco espaço. A qualidade desta máquina reside principalmente nos mecânicos Centeno e Vieira da Silva, o oleador Rocha Andrade, o trauliteiro da iluminação Santos Silva e o vendedor do produto António Costa. Esta máquina consome pouco aos 100 kms, tem a manutenção assegurada na oficina PCP&BE e uma companhia de seguros com sede em Belém. O preço está dentro da concorrência, pelo que se antevê uma larga produção em série.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

Contradições

Os últimos números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística sobre o desempenho das contas da república indicam que a economia lusa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017, apesar da “desaceleração do consumo privado”. Por outro lado, António Costa afirma vitorioso que a reposição de rendimentos não comprometeu a economia. Afinal, os portugueses têm mais dinheiro mas gastam menos. Não há explicação para o alto preço dos produtos derivados do petróleo, da electricidade, do gás natural e em botija. É, sem dúvida, a altíssima colecta de impostos que injecta oxigénio nas contas públicas, e não rasgos de inteligência do Governo na gestão das finanças públicas.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

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