Cartas ao Director

A gestão das escolas

Um inquérito levado a cabo pela Fenprof indica que 92% dos professores de um universo de 25 mil, são favoráveis a um gerenciamento colectivo das escolas. A figura do director que sabe tudo já era. De resto, uma escola não pode ser administrada como uma fábrica. Contudo, a capacidade de liderança e de conhecimentos nem sempre está no colectivo.

A delegação de competências através da descentralização administrativa vai levar à municipalização de professores. A profissionalização dos directores das escolas não pode eternizar uma liderança multiplicadora de diversos compadrios. A multiplicidade de acções de formação dirigidas aos docentes mostra que os professores têm muito que aprender.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

O fisco que temos

No preciso dia em que li o BARTOON de Luís Afonso no vosso Jornal (22/02) fui às Finanças com duas cartas sobre um único assunto: coimas relativas ao Imposto Único de Circulação. O que foi afinal? Embora o prazo de pagamento terminasse no dia 31 de Janeiro, no dia 15 de Fevereiro fui pagar o IUC no Multibanco. Por erro digitei 133,35 euros em vez de 166,65 euros.

Desvendado o mistério, o fisco estava a exigir-me o pagamento dos 33,30€ em falta, mas pasme-se!! Para além dos 33,30 euros em dívida, o fisco aplicou-me duas “custas”, uma de 17 euros outra de 38,25 e uma “coima” de 50 euros. E assim, acabei por desembolsar 138,55 euros para saldar uma dívida de 33,3 com três semanas de atraso.

Tiro o chapéu ao BARTOON de Luís Afonso. Se eu tivesse a sorte dos que surripiaram os 10 mil milhões para offshores, não pagava tantas “custas” e “coimas”

Acácio Alferes, Évora

Quintas-feiras chatas

As quintas-feiras são chatas, trazem a acumulação de dias de trabalho e lembram que o fim-de-semana ainda está longe. Talvez por isso, Cavaco Silva decidiu animar o período e lançar o livro "Quinta-feira e outros dias". Trata-se de uma suposta "prestação de contas aos portugueses" pela forma como exerceu o cargo de Presidente da República, sendo muito mais do que conversas semanais com o primeiro-ministro da altura, José Sócrates.

É um lamentável manifesto social-democrata já que o seu partido não consegue fazer oposição credível ao governo. É um ressentido discurso anti esquerda, próprio de quem nunca conseguiu despir a camisola laranja. É pena que nesta espécie de lavandaria de roupa suja que abriu em Belém, o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas – à excepção do BES –, não nos tenha esclarecido sobre as supostas escutas do PS. E se a sua pensão não vai dar para pagar as despesas, ao menos que este livro o ajude! 

Emanuel Caetano, Ermesinde

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