Cartas à Directora

Projecto Europeu

Foram seis os países fundadores da então chamada Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, num processo que teve o seu início entre 1945 e 1979, após o fim da Segunda Grande Guerra Mundial, sendo um dos objectivos, a criação de mecanismos que dessem origem a uma paz duradoura, em que ao longo dos anos a União Europeia, se foi tornando mais forte, com a adesão de novos membros.

Os Estados Unidos da Europa eram já 28, e a estreita colaboração entre todos, independentemente da sua área geográfica e de economias mais ou menos saudáveis, mas em que a entre ajuda, e o encontro de soluções conjuntas deveriam contribuir para consolidar e tornar a Europa mais forte.

O afluxo de migrantes nos últimos tempos, as debilidades económicas e a falta de visão estratégica como resposta às fragilidades que decorrem de acontecimentos inesperados, poderão estar na base do Brexit no Reino Unido, que divido os ingleses e coloca em causa o projecto Europeu que claramente necessita de um novo rumo.

Confrontados com novos desafios como o combate ao terrorismo, a emigração e a pobreza que a mesma causa, a fragmentação no seio da União Europeia, não será de forma alguma positiva, quando perante os desafios recentes, é importante uma resposta conjunta de uma Europa unida, pelo que se torna também importante repensar o modelo económico e social europeu, ou corremos o risco de ver a União Europeia como um projecto sem respostas.

Américo Lourenço, Sines

Presas Fáceis

Tomo de empréstimo o título da novela gráfica da autoria de Miguelanxo Prado que é já a terceira que o PÚBLICO vem dando à estampa e a que se vão seguir várias, até meados de Setembro. "Devorei-a" esta tarde e apresso-me a usá-la como motivo para uma carta que julgo curial.

Quem são então as Presas Fáceis? Pois um grupo de idosos que perderam todos os seus parcos haveres, devido à compra induzida de papel comercial de vários bancos que assim os espoliaram perfidamente daquilo que amealharam para os seus tempos finais de vida (lembram-se do BES e do Banif?...). Que decidem então os velhotes fazer como "vingança", umas vezes com organização, outras atabalhoadamente? Pois assassinar vários dirigentes bancários que sabiam fazer parte da tramóia. E fizeram-no. Apanhados pela polícia, estão tranquilos porque, entre os atrasos da justiça, os recursos e as várias doenças que têm, desde o Alzheimer ao  cancro do cólon, sabem que não irão cumprir pena nenhuma.

Aqui chegado, não resisto à ironia e ao trocadilho. E prefiro chamar-lhes "Presas Difíceis", pois então! Os "velhos taralhocos" são capazes de "ser levados" pelos homens da finança rapace mas recorrem à sabedoria digerida para, ficcionalmente, "limpar o sebo" aos "senhoritos desse mundo"! Afinal talvez "tenham razão" os que, como Luís Pedro Nunes na Quadratura do Círculo e os jovens doutorados no Facebook, defendem, a propósito do “Brexit”, que os maiores de 50 anos sejam proibidos de votar!... Cuidado "amedrontados" senhores que os "velhadas" são um perigo!...

P.S.: Maravilhosa a introdução à novela, escrita por Rui Tavares.

Fernando Cardoso Rodrigues, Porto

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