Cartas à Directora

Regionalização

O 1º ministro, disse que nas próximas eleições autárquicas os eleitores de Lisboa irão ter 4 boletins de voto: Assembleias Municipais, Câmaras Municipais, Assembleia de Freguesia e Área Metropolitana de Lisboa. Se tal for avante, será um grande passo para a instituição das regiões administrativas. Na verdade, a existência das atuais áreas metropolitanas de Lisboa e Porto não contribui capazmente para a melhoria da qualidade de vida dos seus moradores e, a sua existência é completamente desconhecida  dos que lá residem. Quando o 1.º ministro pensa nestas entidades eleitas, não será para elas terem as mesmas competências que têm hoje, estará, certamente, a reforçá-las. Hoje as competências das áreas metropolitanas restringem-se a meros órgãos consultivos e não executivos. No caso de serem eleitos terão de ter competências executivas caso contrário para que serviriam a eleições? Parece-me que é um passo importante no sentido da regionalização, instrumento consignado na Constituição da República Portuguesa, que hoje está a ganhar importância na consciência dos portugueses, basta pensar nos inúmeros desabafos contestatários das gentes do Porto, contra o centralismo de Lisboa.

Mário Pires Miguel, Reboleira

A troco de cinco coroas . . .

Ao passar hoje à porta do Palácio de Cristal no Porto, emocionei-me ao imaginar o letreiro na fachada da bilheteira o preço da entrada a 2$50 (0,0125 euros), onde nos anos 60/70 do século passado, era hábito passar-se as tardes de Domingo de verão na Feira Popular aqui instalada nos lindíssimos jardins, as esplanadas da Avenida das Tílias, no lago e no frondoso bosque com vistas soberbas sobre o rio  Douro a inspirar-nos para uns galanteios para agradar à moça acabada de conhecer  nos belos Jardins da Casa do Roseiral. Lembro-me de se dizer a título de brincadeira, que a troco de 5 coroas podíamos gastar o que quiséssemos lá dentro nos diversos divertimentos, farturas e sardinhadas. Ao lembrar-me destes episódios não pude deixar de  os associar à notícia que um amigo de longa data de António Costa, o hábil advogado Diogo Lacerda, especializado em alta finança, consultor preferencial para dossiês importantes e delicados, apesar de ter falhado  para desgraça nossa no negócio pouco claro que já deu milhões de prejuízos à TAP com a compra da brasileira VEM. Pelos vistos, ao fim de anos de "namoro" colocaram finalmente o preto no branco oficializando a relação através dum contrato à socapa e ilegal segundo dizem os entendidos, pela importância ridícula de 2.000 euros mensais brutos. Segundo os media, ficamos ainda a saber que o escritório do tal amigo, só nos primeiros dois meses do corrente ano, já facturou umas largas dezenas de milhares de euros ao Estado, em débitos directos sem concurso. Lembram-se de no intróito mencionar a história do bilhete de entrada de 2$50 que dava direito a gastarmos o que quiséssemos? Pois este amigo da onça também debita aquilo que quiser apenas por uns míseros 2.000 euros na fachada dum recibo verde. Ó senhor primeiro-ministro, permita-me que lhe faça esta confidência em jeito de pedido: nem imagina como estou necessitado em ser também seu amigo.

Jorge Morais, Porto

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