Cartas à Directora

As presidenciais

A campanha eleitoral da presidência da república foi muito pouco elucidativa em ideias ou em promessas, antes, foi uma campanha mais do bota abaixo do que o daquilo que de que cada um sabe ou é capaz de fazer. Procuraram os candidatos, na sua maioria, denunciarem mais os pontos fracos dos adversários e do que fizeram de mal ao longo da vida, do que exporem ideias construtivas. Uma campanha muito pobre que deu a vitória ao candidato com mais exposição pública. Eleito por maioria de votos, esperamos que governe bem. Um reparo: um capitão de Abril, no rescaldo das eleições, referiu-se, perante as câmaras TV, ao actual Presidente dos portugueses: aquela Múmia que está em Belém; uma burgesseria escusada.

Duarte Dias da Silva, Lisboa

 

Parabéns, professor Marcelo!

Uma vitória clara à primeira volta, quando os 9 restantes candidatos tudo fizeram para provocar uma segunda, é obra. Tendo contado com um apoio envergonhado do seu próprio partido, e a desoras, e com uma campanha verdadeiramente "franciscana" e solitária, a sua vitória vai figurar nos manuais de procedimentos, e constituir "text-book", para as próximas campanhas. Nesse domínio, nada será como dantes. Atrevo-me hoje e aqui, a sugerir ao meu Presidente eleito, duas sugestões. Uma de curto prazo, que vise reduzir pelo menos para metade, o valor do obsceno orçamento de gastos da PR. Não faz sentido, é uma ofensa aos que passam dificuldades no nosso País, gastar à tripa-forra na Presidência e no Gabinete do PM. Com um exemplo forte na PR, os outros orgãos de soberania iriam com certeza actuar em conformidade. E o exemplo dos que governam e mandam, é tudo em política. A segunda sugestão, já de longo prazo, é actuar na redução das elevadas abstenções nos actos eleitorais. A democracia sem participação significativa, é uma democracia coxa, e pode ser uma semente de um novo regime totalitário ou de liberdades reduzidas. Há várias opções, desde um voto obrigatório, comum na América Latina (mas desconhecido na UE), até uma votação com plataformas electrónicas seguras, como já hoje se utiliza quando lidamos com departamentos vários do Estado. Claro que um futuro "tempo novo", no combate sem tréguas à corrupção e na defesa de elevados princípios éticos na vida política, seriam também factores decisivos na motivação de votar dos cidadãos.

Manuel Martins, Cascais

 

Menos do que a PaF

Mesmo tratando-se de eleições distintas, a verdade é que Nóvoa(= Costa+ Eanes+ Soares + J Sampaio + voto útil do PCP) ficou-se nos 23%. Nóvoa + Edgar + Marisa tiveram 37%. Menos do que a PaF e apesar das devoluções de pensões, salários, etc... Ainda na fase das "boas notícias", ou das rosas. Antes de se conhecerem os verdadeiros espinhos. "Centrão" teve 56%, "esquerdão" 37%. Onde está o auto-proclamado "novo ciclo político"??

Joana Monteiro, Lisboa

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