Cartas à Directora

Uma maioria, um governo, um presidente!

A direita política que beneficiou de um regime autoritário na II República, não consegue perder esse complexo em democracia. Estando perante a possibilidade (espero remota) de termos uma maioria, um governo e um Presidente todos de esquerda, ainda não conseguiu vir a terreiro mostrar esse "espantalho" político. Nem o candidato Marcelo Rebelo de Sousa, nem nenhum dos seus apoiantes políticos, jamais ousou sequer falar nisso ao de leve. Parece que é pecaminoso atacar a esquerda "ungida". Parece mal, é quase "antidemocrático", coisa de "fascistas". A esquerda tem sempre razão, porque raio não haveria agora de ter todos os orgãos de soberania sob o seu comando "clarividente" e "preclaro". Coisa que Mário Soares chegou a referir como governo totalitário, quando houve essa maioria do lado da direita. E agitaram todos os "espantalhos" possíveis, sempre que a direita esteve perto de obter essas maiorias. Está a recriar-se um clima de divisão entre os portugueses, os "bons", da esquerda, claro,  e os "maus", da direita, não podia deixar de ser. E para aqueles que ainda não existiam nessa altura, eu recordo daqui. Sabem quem primeiro desde o século passado dividiu os Portugueses nessas categorias? Foi António de Oliveira Salazar, quando definiu os que estavam contra a sua "situação"(assim se chamava no vulgo o Estado Novo), como comunistas, englobando nesse saco toda a oposição, compreendida naturalmente por comunistas, mas também republicanos, socialistas, democratas cristãos, etc. É a velha teoria do preto e do branco políticos, que nada tem a ver com o mundo de hoje. Tal como os velhos conceitos de direita e esquerda.

Manuel Martins,Cascais

 

As subvenções vitalícias

Perguntei a um amigo, com estultícia/ qual a profissão mais proveitosa/ mesmo que de moral duvidosa/ mas insuspeita aos olhos da Polícia!// Respondeu-me o amigo, sem malícia/ que a droga é rentável mas perigosa/ enquanto a política é mais rendosa/ e domina a Justiça com perícia!// A lei das imunidades é indecorosa/ e a das "off-shores" uma imundícia,/ juntas dão-lhes um mundo cor-de-rosa!// Insaciada com tantas primícias,/ ainda suspira a corja ociosa/ pelas subvenções vitalícias!

José Madureira, Porto

 

O PÚBLICO ERROU

Na edição de 21 de Janeiro, a acompanhar o texto A morte de um militante arquitecto, na página 5 foi publicada uma fotografia que, por erro, foi identificada como sendo do Bloco das Águas Livres, de Nuno Teotónio Pereira e Bartolomeu Costa Cabral. Pelo facto, o PÚBLICO pede desculpa aos leitores

Na reportagem publicada ontem, dia 21, sobre o funeral de Almeida Santos, na legenda de uma foto, Faria e Costa foi identificado com ex-provedor de Justiça, quando ainda se encontra naquelas funções. Ao visado e ao leitor, as nossas desculpas.

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