Boretugal

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Continuo a achar estranho, quando vejo um artigo da imprensa estrangeira reproduzido num jornal ver uma imagem da versão online e não da versão impressa, quase sempre mais bonita e legível.

Num mundo perfeito, a imprensa online seria obrigada a usar um recorte da imprensa online e a imprensa impressa só deveria reproduzir imagens da imprensa impressa. Até para encorajar-se, para se ficar com a ideia que se comprou pelo menos um exemplar do jornal ou da revista citada.

Desconfio que nas redacções dos próprios jornais e das revistas há cada vez menos jornais e revistas impressas. Com uma ironia deprimente, não se pode estar à espera que saia o jornal. Tem de se recorrer ao online, que é mais rápido e mais barato.

Esta semana foi a caixinha no último The Economist sobre a piada do Poortugal que sofreu. A notícia é um modelo de concisão. Opina também, na clássica fórmula "Some say" que "há quem diga que a intransigência dele [Vítor Gaspar] é mais para inglês ver do que [questão de] doutrina fiscal. Ao contrário da Grécia, Portugal tem ganho muito kudos (props, pontos, chapeaux) por ser o aluno-modelo da zona euro".

Lido em recorte online, escapam estas nuances de pseudocondescendência, acusando-nos mais de esperteza saloia do que de servilismo desnecessário.

De qualquer forma é uma vergonha, depois destes anos todos, continuar-se a falar de Portugal, sem ironia, como o melhor pupil da zona euro. Não somos, nunca fomos, não queremos ser.

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