Guineenses no Senegal não puderam votar por causa da violência em Dacar

Guiné-Bissau elege este domingo os 102 deputados do Parlamento do país, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo. Votação em Dacar foi adiada.

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Pelo menos 15 pessoas morreram desde quinta-feira em confrontos com a polícia, no Senegal Reuters/ZOHRA BENSEMRA
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Violência impediu ida às urnas de guineenses Reuters/ZOHRA BENSEMRA
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Protestos começaram após Ousmane Sonko, líder da oposição senegalesa, ter sido condenado Reuters/ZOHRA BENSEMRA
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Confrontos entre a polícia e os apoiantes de Ousmane Sonko Reuters/ZOHRA BENSEMRA

O secretário executivo adjunto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Idriça Djalo, disse este domingo que a votação em Dacar, no Senegal, foi adiada devido aos confrontos que ocorrem na capital senegalesa.

“A eleição não teve lugar hoje (domingo) em Dacar por razões adversas da situação sociopolítica menos favoráveis que se vivem e por razões preventivas e de segurança à integridade das operações eleitorais”, afirmou o juiz de Direito Idriça Djalo.

O Senegal tem vivido momentos de tensão desde que o líder da oposição Ousmane Sonko foi condenado a dois anos de prisão, na passada quinta-feira. Os confrontos registados em Dacar e em Zinguinchor, no Sul do país, na região de Casamansa, junto à fronteira com a Guiné-Bissau já provocaram 15 mortos.

Segundo o secretário executivo da CNE, a plenária decidiu adiar a “votação para uma data oportuna”, que terá de ser marcada no máximo nos próximos sete dias.

Idriça Djalo falava aos jornalistas perto das 14h locais (15h em Lisboa), no primeiro balanço que a Comissão Nacional de Eleições fez à imprensa desde a abertura das urnas às 07h locais.

Em relação à votação na Guiné-Bissau, o secretário executivo disse estar a “decorrer num clima de normalidade sem sobressaltos ou incidentes de maior amplitude”.

“Aproveitamos a ocasião para lançar um vibrante apelo em particular aos presidentes das mesas das assembleias de voto no sentido de controlarem cuidadosamente os cadernos eleitorais e outros materiais eleitorais de forma a permitir o eleitor exercer com perfeição e sem constrangimento, o seu direito e dever de voto”, afirmou.

Questionado sobre algumas anomalias denunciadas por partidos políticos relativamente ao facto de haver pessoas a serem impedidas de votar por não terem o nome nos cadernos eleitorais, Idriça Djalo confirmou que se verificaram algumas anomalias e que foram mandados imprimir novos cadernos para os locais em causa. Djalo pediu paciência aos eleitores afectados, salientando que a situação está a ser resolvida.

O secretário executivo adjunto aconselhou também a que não seja permitida a “utilização de telemóveis e outros instrumentos digitais nas cabines de voto para não comprometer o efeito útil do secretismo”.

Cerca de 900 mil guineenses escolhem este domingo os 102 deputados do Parlamento e o partido que irá formar Governo, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo, em 1994. Concorrem a estas eleições 20 partido e duas coligações.

As urnas encerram às 17h (18h em Lisboa) e estão no país cerca de 200 observadores internacionais, nomeadamente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana (UA) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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