Sondagem: Costa com nota negativa e simpatizantes do PS mais descontentes com o Governo

Sondagem para a SIC/Expresso indica uma queda de sete pontos do PS. Mais de um ano depois da posse do Governo, PS e PSD empatam nas intenções de voto e Chega é quem mais cresce.

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Primeiro-ministro, António Costa Matilde Fieschi

O primeiro-ministro, António Costa, teve na mais recente sondagem do ICS/Iscte para a SIC e o Expresso a pior avaliação neste barómetro, com uma nota negativa – a primeira nesta sondagem. Ao mesmo tempo, o descontentamento entre os simpatizantes do PS está a aumentar. Conclusão: se as eleições fossem hoje, PS e PSD empatavam com 30%, o que se traduz num resultado bem diferente da maioria absoluta alcançada pelos socialistas há pouco mais de um ano.

Vamos então a números. Numa escala de zero (muito negativa) a 10 (muito positiva), o chefe do Governo teve 4,6 pontos, menos 0,8 pontos do que na sondagem de Dezembro de 2022. Trata-se, segundo o Expresso, da primeira marca negativa registada neste barómetro. Todos os políticos descem, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e excluindo o líder do Chega, André Ventura, que arrecada mais 0,4 pontos do que em Dezembro. Duas notas importantes: não há dados comparativos para o líder da IL, Rui Rocha; e apesar da descida de Marcelo, o chefe de Estado é o único em terreno positivo com 6,5 pontos.

A sondagem revela que os simpatizantes do PS estão mais descontentes do que em Dezembro. Do inquérito apurou-se que entre os simpatizantes do PS, 39% consideram o trabalho do Governo "mau" ou "muito mau". Este valor compara com os quase dois terços (mais precisamente 64%) de inquiridos sem segmentação por preferência partidária que fazem uma avaliação negativa do executivo e mostra que o descontentamento entre os potenciais votantes PS está a crescer, já que segundo o Expresso há um aumento de 12 pontos dos socialistas insatisfeitos com o trabalho do executivo.

A sondagem foi feita entre os dias 11 e 20 de Março, o que significa que na comparação com a de Dezembro, cujo trabalho de campo tinha sido feito entre os dias 3 e 15 desse mês, integrará toda a leitura que os inquiridos fazem da crise política que abalou o Governo – o caso TAP foi no final de Dezembro, bem como a demissão do ex-ministro das Infra-estruturas, Pedro Nuno Santos, e os restantes casos de saídas do executivo – e da forma como o Governo está a responder ao aumento do custo de vida. Porém, os resultados não levam em linha de conta as medidas mais recentes apresentadas pelo Governo, nomeadamente o IVA zero, e os novos apoios sociais já apresentados depois de feitas as entrevistas.

Nas intenções de voto, o PS não resistiu a esta conjugação de factores. E se em Dezembro o Expresso titulava "PS mantém-se. PSD não descola", agora o cenário mudou principalmente para os socialistas. Nesta sondagem, o PS perde sete pontos para 30% e o PSD sobre um ponto para 30%. Um empate, portanto. Mas é no Chega que se dá a maior subida, recolhendo mais 4 pontos para 13%. A CDU mantém-se nos 5% de Dezembro, o BE perde dois pontos para 5%, a IL sobe dois pontos para 4% e o PAN perde um ponto para 2%. Os indecisos (que foram distribuídos) sobem de 16% em Dezembro para 18%.

Estes valores permitem várias conclusões. À direita não há maioria no Parlamento sem o Chega e apenas juntando o CDS (que obtém 2%) este bloco chega aos 49%. À esquerda, juntando o Livre (que tem 1%) somam-se 43% dos votos. Tendo em conta que os partidos à esquerda não sobem, não é claro para onde vão os votos que o PS perde.

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