Viva e em movimento

A luta tão necessária de que o meu pai me falava tinha resultado e íamos, a partir daí, viver num país livre e democrático.

Nasci em Angola, no Tchivinguiro, um lugar remoto onde a minha família se procurou esconder da ditadura salazarista. Aí, na ausência de crianças da minha idade com quem brincar, virei-me para os animais, com os quais mantive relações de grande amizade: cães, coelhos, macacos, cabras e porquinhos-da-índia. Um destes amigos foi um coelho, branco, nariz rosa, muito simpático, que alimentei durante meses e que celebrava a minha chegada com cómicos pulos de alegria — e de apetite. Foram tempos em que crescemos juntos: enquanto marcava a minha altura contra uma parede, o coelho crescia a olhos vistos na sua gaiola.

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