Desafio de automutilação no TikTok põe rede social sob investigação em Itália

Em causa estão desafios como o da “cicatriz francesa”, que se tornou viral e que levou vários jovens a publicarem vídeos em que se vêem a beliscar as maçãs do rosto até surgir um hematoma.

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Não é a primeira vez que as autoridades italianas tentam pôr um travão aos desafios que surgem no TikTok Mike Blake/Reuters

A autoridade reguladora da concorrência italiana informou ter dado início a uma investigação sobre a aplicação TikTok, de propriedade chinesa, uma vez que poderá estar a violar as regras ao permitir a publicação de “conteúdo perigoso” que incita ao suicídio, à automutilação e má nutrição.

A investigação envolve a unidade irlandesa da TikTok, que é responsável pelas suas relações com os clientes europeus, bem como as divisões britânica e italiana, disse o organismo numa declaração citada pela Reuters. A polícia fiscal italiana visitou a sede italiana da aplicação nesta terça-feira, acrescentou.

Em causa estão vídeos de jovens que adoptam comportamentos nocivos, como é o caso da recente “cicatriz francesa”, que se tornou viral e que levou vários jovens a beliscarem as maçãs do rosto até surgir um hematoma.

De acordo com a Autoridade da Concorrência e do Mercado italianos, “faltam sistemas adequados para supervisionar conteúdos publicados por terceiros”, opondo-se ainda à exploração de técnicas de inteligência artificial capazes de “causar condicionamento indevido dos utilizadores de TikTok”.

A TikTok, propriedade da empresa chinesa ByteDance, recusa qualquer responsabilidade, adiantando que irá cooperar com a investigação. Um porta-voz rejeitou as alegações, dizendo que a empresa não “permite conteúdos que mostrem ou promovam actividades e desafios perigosos, suicídio, automutilação ou comportamentos alimentares insalubres”.

Não é a primeira vez que as autoridades italianas tentam pôr um travão aos desafios que surgem no TikTok. Em 2021, a Autoridade para a Protecção de Dados italiana bloqueou a rede social chinesa como resposta à morte de uma menina de 10 anos, em Palermo, no Sul da Sicília, por asfixia. A criança morreu enquanto participava no desafio “jogo do lenço na cabeça” [Blackout Challenge, em inglês], que consistia em estar o maior tempo possível sem respirar.

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