Fenprof denuncia assédio sobre professores para cumprirem serviços mínimos

Fenprof está a organizar um documento com as escolas nas quais estarão a acontecer situações de assédio para enviar ao Ministério Público.

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Mário Nogueira falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa da Frente Comum e da Federação Nacional dos Professores LUSA/MIGUEL A. LOPES

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, denunciou esta sexta-feira “situações de assédio” sobre professores para cumprirem serviços mínimos, devido à greve da Administração Pública, referindo que será enviado um dossier com o nome das escolas para a Justiça.

“Não vamos deixar passar (…) as situações de assédio dos delegados regionais da DGESTE [Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares] sobre directores, onde chegaram ameaças de demissão, se não convocassem os serviços mínimos para uma greve como a de hoje. Estamos a organizar um dossier já com o nome das escolas que vamos enviar ao Ministério Público”, revelou.

Mário Nogueira falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa da Frente Comum e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), junto à Escola Básica Marquesa de Alorna, em Lisboa.

“Isto é absolutamente intolerável. Houve muitos directores e nós temos que saudar os directores que cumpriram a lei, que têm serviços mínimos para uma organização, mas não tem serviços mínimos para a greve da Administração Pública”, reiterou.

Segundo o dirigente sindical, há muitos docentes e trabalhadores não docentes a “fazer serviços mínimos” sob ameaças.

“Foram ameaçados por telefone, por mensagem, ontem [quinta-feira] à noite. Na maior parte dos casos, foram evitando escrever para não ter provas, mas vamos ter testemunhas”, indicou.

O líder da Fenprof criticou ainda o presidente Associação Nacional de Directores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima, lembrando-o que os directores também são professores.

“O meu colega Filinto Lima que vá chorar para o paizinho, neste caso para o ministro da Educação [João Costa] (…)”, contestou, acrescentando que muitos dos directores “agem como se (…) fossem donos das escolas”.

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) anunciou na quinta-feira um pedido de reunião ao ministro da Educação dizendo-se preocupada com a “falta de apoio efectivo” da tutela aos mais de 800 directores de escolas públicas.

A Frente Comum, que convocou a greve desta sexta-feira já anunciou que a adesão à greve está a ser elevada, com muitas escolas encerradas e hospitais a funcionar em mínimos, segundo a Frente Comum, que convocou a paralisação.

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