Biden promete responsabilizar dirigentes de bancos encerrados

Reacção do presidente norte-americano surge depois do encerramento do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. HSBC anunciou compra da subsidiária britânica do SVB por uma libra.

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O SVB fechou portas nesta sexta-feira, 11 de Março Reuters/JEFFREY DASTIN

O Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu que os dirigentes dos dois bancos encerrados por dificuldades financeiras serão responsabilizados e prometeu manter “um sistema bancário resiliente”.

“Estou firmemente comprometido em exigir contas aos responsáveis por esta situação”, disse Biden, referindo-se ao colapso do banco Silicon Valley Bank (SVB) e ao encerramento do Signature Bank.

Num comunicado divulgado no domingo pela Casa Branca, o chefe de Estado prometeu dirigir-se ao país nesta segunda-feira para tranquilizar a população sobre o sistema bancário dos Estados Unidos.

“Irei falar sobre como vamos manter um sistema bancário resiliente para proteger a nossa histórica recuperação económica”, disse Biden.

O Presidente garantiu que “o povo norte-americano e as empresas norte-americanas podem ter a certeza de que os seus depósitos bancários estarão lá quando precisarem”.

Horas antes, os órgãos reguladores dos Estados Unidos tinham anunciado um plano para proteger os depósitos dos clientes do SVB.

O Departamento do Tesouro, a Reserva Federal (Fed) e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) adiantaram, num comunicado conjunto, que os clientes terão acesso a todo o dinheiro depositado no SVB.

Com este plano, avançaram as três entidades, os contribuintes norte-americanos "não assumirão as perdas" do banco e os depósitos serão protegidos para "facultar o acesso ao crédito por parte das famílias e das empresas".

Os reguladores também anunciaram o encerramento do Signature Bank, com sede em Nova Iorque, e prometeram que o mesmo plano será aplicado para reembolsar os clientes por todo o dinheiro depositado, adiantou a agência EFE.

O Signature Bank, que presta serviços financeiros principalmente a empresas de advocacia e ao ecossistema cripto, segundo os órgãos de informação especializados, tinha activos de 110,36 mil milhões de dólares (102,86 mil milhões de euros) e depósitos de 88,59 mil milhões de dólares (82,57 mil milhões de euros) no final de 2022.

O Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque está em contacto e coordenou com o FDIC o seu encerramento "à luz da evolução do mercado" e está a "seguir tendências" e a colaborar com as autoridades para "proteger os clientes" e "preservar a estabilidade do sistema financeiro global", adiantou em comunicado.

O SVB, com sede na Califórnia, anunciou na quarta-feira, 8 de Março, que estava a tentar realizar um aumento de capital para ultrapassar as dificuldades financeiras.

O anúncio levou muitos clientes a retirar os fundos e os reguladores encerraram o banco na sexta-feira por falta de liquidez. Posteriormente, o preço das acções da empresa entrou em colapso, o que, por sua vez, afectou o sector bancário em geral, tanto nos Estados Unidos como em outros países. O banco encerrou na sexta-feira, 11 de Março.

A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, tinha recusado no domingo um resgate federal do SVB, mas garantiu que o Governo estava a trabalhar para apoiar os depositantes da instituição.

A FDIC garante os depósitos até 250 mil dólares (233 mil euros), mas muitas empresas e clientes particulares do banco, conhecido pelas suas relações com startups de tecnologia e capital de risco, tinham mais do que esse valor depositado.

Esta foi a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos, depois do colapso da Washington Mutual em 2008.

HSBC compra SVB britânico por uma libra

O HSBC, o maior banco da Europa, anunciou a compra da subsidiária britânica do SVB, pela quantia simbólica de uma libra (1,13 euros).

Num comunicado enviado hoje à Bolsa de Hong Kong, onde está cotado, o HSBC estima o capital próprio da subsidiária britânica em cerca de 1,4 mil milhões de libras (1,58 mil milhões de euros).

"Esta aquisição faz sentido estratégico para os nossos negócios no Reino Unido”, disse no comunicado o director-executivo do HSBC, Noel Quinn.

A operação “fortalece a nossa marca como banco comercial e aumenta a nossa capacidade de apoiar empresas inovadoras e de rápido crescimento, inclusive nos sectores de tecnologia e ciências da vida, tanto no Reino Unido quanto internacionalmente", explicou.

O HSBC está envolvido um plano para reduzir custos e cortar milhares de empregos na Europa e nos Estados Unidos, a fim de reforçar a sua presença na Ásia, o seu principal mercado.

O Departamento do Tesouro britânico revelou que a operação de venda do SVB UK foi "facilitada" pelo governo britânico e pelo Banco de Inglaterra, mas sem envolvimento de dinheiro público.

“Os clientes do SVB UK poderão aceder aos seus depósitos e serviços bancários normalmente a partir de hoje", sublinhou o departamento, num comunicado.

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