Como criar uma minifloresta? Passo 3: conhece a flora local

Durante 12 dias, o Azul vai mostrar, passo a passo, como criar uma minifloresta. O projecto foi pensado para inspirar as escolas, mas pode ser uma “semente” lançada em qualquer lugar.

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O castanheiro pode durar até 1500 anos Renata Reynaud

Os três primeiros passos para a criação de uma minifloresta fazem parte de um capítulo com o título: Sonha e Observa. Após envolver a comunidade e identificar o espaço é preciso conhecer a flora local.

Porquê?

A flora autóctone é a base de qualquer minifloresta urbana que aplique o método Miyawaki, pois promove a biodiversidade local, criando assim sistemas mais resilientes e capazes de se desenvolver com a mínima intervenção humana a longo prazo. As espécies autóctones estão melhor adaptadas às condições locais e têm mais facilidade em cooperar com outras espécies, criando um sistema quasinatural, solicitando as diferentes relações e serviços providenciados pelas diferentes espécies enquanto comunidade vegetal, atraindo, mais tarde, as comunidades animais. Por outras palavras, o objectivo é recriar uma floresta que existiria caso não houvesse intervenção humana.

Para isso, é importante promover a diversidade funcional (estrutura da floresta), observando que a minifloresta é composta por espécies com diferentes alturas, que ocupam diferentes estratos. Tipicamente podemos identificar cinco estratos: herbáceo (0-1,5 m), subarbustivo (1-2 m), arbustivo (até 10 m), emergente (mais de 10 m) e escandente (trepadeiras).

Existem formas de conseguirmos descobrir as plantas que necessitamos para criar a minifloresta!

Como?

1) Visita áreas naturais próximas da futura minifloresta e:

  • Traz contigo alguém com formação em botânica, ou um entusiasta nesta área, que te consiga ajudar a identificar a flora;
  • Utiliza apps móveis como o iNaturalist ou PlantNet para identificar a espécie. Caso queiras saber se as espécies são autóctones ou não, podes utilizar a plataforma Flora-On;
  • Consulta o guia de flora local e utiliza a lupa caso seja necessário distinguir algo mais minucioso. Tira fotografias para confirmar mais tarde.

2) Podes também fazer algum trabalho em casa, procurando bibliografia ou registos históricos da flora local que te consigam ajudar a compor a base da minifloresta;

3) Visita viveiros locais de plantas e pergunta que plantas autóctones é que têm ou podem ter.

Recursos:

  • Lupa;
  • Telemóvel;
  • Guia de flora nativa;
  • Câmara fotográfica.

Este guia foi promovido pela ONGD VIDA, no âmbito do projecto “1Planet4All Empowering youth, living EU values, tackling climate change” com o financiamento da União Europeia (DEAR Programme) e do Camões, I.P. Facilitado pela 2adapt, em colaboração com Laboratório Vivo para a Sustentabilidade (FCUL), HortaFCUL, Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, Instituto dos Pupilos do Exército, URBEM, TOMA

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