PSD sempre defendeu privatização da TAP e PS é que tem “política errática”, diz Luís Montenegro

Luís Montenegro acusou o primeiro-ministro de “perder a noção do ridículo”. Em resposta, António Costa limitou-se a apontar o dedo à “ ‘volatilidade das posições do PSD sobre a TAP”.

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Luís Montenegro considerou a política de António Costa "errática e de ziguezagues" LUSA/RODRIGO ANTUNES

O presidente do PSD afirmou hoje que o partido sempre defendeu a privatização da TAP e acusou António Costa de ter tido "uma política errática e de ziguezagues", que custou aos contribuintes 3,2 mil milhões de euros.

"O Dr. António Costa creio que perdeu a noção do ridículo, estive ao lado do Governo em 2015 quando ela foi decidida, estive contra a renacionalização que o Dr. António Costa fez em 2016 e não acompanho os termos na nacionalização a 100% em 2020", disse, no final de um debate sobre "Mulheres e o Mercado de Trabalho", Luís Montenegro quando questionado sobre as críticas feitas horas antes pelo primeiro-ministro.

Numa iniciativa no Seixal, António Costa foi confrontado com declarações proferidas esta terça-feira pelo vice-presidente da bancada do PSD, Paulo Rios de Oliveira, na rádio Observador, de que a TAP não deve ser privatizada "neste momento".

"Sou absolutamente incapaz de comentar as posições do PSD sobre a TAP tal a volatilidade das posições do PSD sobre a TAP", reagiu o primeiro-ministro.

Confrontado com estas declarações, Montenegro afirmou que "não foi isso que o deputado disse", e reafirmou a posição do PSD sobre a matéria: "O PSD é a favor da privatização da TAP."

Para Montenegro, foi António Costa que fez "uma inversão completa" de posição, ao defender agora a privatização que reverteu.

"O Dr. António Costa anda efectivamente muito desnorteado na condução do Governo e nas declarações que profere (...) A política de António Costa em sete anos foi errática, andou aos ziguezagues e com os ziguezagues fez gastar aos portugueses 3, 2 mil milhões de euros", disse.

No entanto, questionado se a demissão da CEO e do chairman da TAP, anunciados na segunda-feira pelo Governo, pode prejudicar a privatização da companhia aérea, o líder do PSD admitiu essa possibilidade.

"Não sei responder a isso. Do ponto de vista teórico, toda a instabilidade que a empresa possa viver não será muito favorável a um processo de privatização, mas eu não sei se isso implica ou não uma diminuição do valor da companhia", afirmou.

Na rádio Observador, Paulo Rios de Oliveira foi questionado se o PSD entende que a TAP não deve ser privatizada agora: "Neste momento, não. Cada português meteu na TAP 320 euros, nunca mais o vai ver, convinha vendê-la em melhores condições", respondeu o "vice" da bancada social-democrata.

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