Pedro Martins de Lima, o “pai” do surf em Portugal, morre aos 92 anos

Federação Portuguesa de Surf recorda um homem generoso e destaca o seu carácter pioneiro.

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Tiago Machado

Pedro Martins de Lima, considerado o "pai" do surf em Portugal e um desportista multidimensional, morreu aos 92 anos, informou nesta terça-feira a Federação Portuguesa de Surf (FPS).

"Hoje, temos a lamentar a perda de um dos grandes. Um pioneiro de grande coragem e visão, Pedro Martins de Lima é unanimemente considerado o primeiro português a correr ondas, o nosso primeiro Surfista, com letra maiúscula. Deixou-nos aos 92 anos para surfar novas ondas", refere o organismo no Facebook.

A federação recorda a "personalidade encantadora" e a "generosidade" de Pedro Martins de Lima, encarado como pioneiro da modalidade em Portugal. "Um grande aloha, Pedro. Até sempre!", conclui a nota.

Numa publicação do boletim municipal de Cascais, Pedro Martins de Lima recordava, há anos, os primeiros passos no surf. "Quando, em 1946, fiz as minhas primeiras 'carreiras nas ondas' em Carcavelos, com as primeiras barbatanas vistas em Portugal e trazidas do Havai e, em 1947, com a ajuda de uma pequena prancha de cortiça, a minha primeira descida de onda em bodyboard, nunca imaginei a importância que a descoberta deste desporto teria para a minha formação pessoal, complementada em 1959 com a minha primeira prancha para surfar em pé".

Antes de se dedicar de corpo e alma ao surf, praticou uma série de outras modalidades, a começar pelo hipismo (que iniciou aos seis anos) e passando também pela natação, pela ginástica, pelo râguebi, pelo jiu-jitsu, pelo boxe. E até muito tarde na vida continuou a fazer desporto regularmente, o que incluía canoagem, vela, windsurf ou ciclismo.

"O mar, por definição, é uma área de grande solidariedade. O surf traz uma enorme capacidade de controlo do medo e da dificuldade física", definia Martins de Lima, que começou a surfar com uma prancha de 16 quilos e trabalhou durante décadas no sector das viagens. "Não conto parar, mas espero bem que eu não pare aos bocados, que pare de vez", afirmou ao site Portugal Envelhecido. "Se eu deixar de ser activo, deixo de ser eu próprio".

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